1 de 1 PMDF tiro
- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
A PMDF abriu inquérito para apurar a conduta dos policiais militares que atiraram em manifestantes durante o ato contra o presidente Michel Temer (PMDB) e as reformas da Previdência e Trabalhista, na tarde desta quarta-feira (24/5), na Esplanada dos Ministérios. Um dos ativistas foi baleado.
Em coletiva de imprensa na noite desta quarta (24), o comandante da PMDF, coronel Nunes, afirmou que a corporação “agiu sob limite e com a força necessária”. No entanto, lamentou o incidente. “Tivemos, sim, um episódio e já foi instaurado inquérito policial para apurar o caso. Tenho 30 anos de manifestações na Esplanada e nunca tinha visto algo assim. A manifestação foi muito agressiva, mas mesmo assim não podemos fazer isso. Todas as circunstâncias precisam ser apuradas”, afirmou.
Visão diferente teve o major Orlando Cassaro, um dos coordenadores da ação. Para ele, a operação foi “bem-sucedida” e apresentou “resultados dentro do esperado”. Cassaro rejeita a avaliação de que houve exagero na reação dos policiais. “Foi proporcional à ação”, disse.
O site do jornal O Globo publicou um vídeo do momento em que os policiais efetuam os disparos.
No momento do incidente, um PM efetuou cinco disparos para o alto e correu em direção aos manifestantes. Na sequência, mais dois tiros espantaram os ativistas que estavam na entrada de um ministério. Um segundo policial sacou a arma, fez disparos e, em seguida, pediu aos colegas que recuassem.
Durante essa parte do confronto, um manifestante acabou baleado. Atingido no maxilar, o homem foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e precisou ser levado ao Hospital de Base. A vítima, que não teve o nome divulgado, não corre risco de morte.
Ao todo, 49 pessoas, entre policiais e manifestantes, ficaram feridas. Houve ainda oito prisões. Os detidos foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Balanço Durante as manifestação desta quarta, a PMDF afirma que atuou com mais de 3 mil militares na Esplanada. Já os bombeiros eram 586 e os policiais civis, 45. Até as 18h de hoje, doze ocorrências haviam sido registradas em flagrante por crimes como porte de arma branca, porte de entorpecente, dano a bem público, lesão corporal, resistência a prisão e desacato. Entre os feridos, o mais grave foi um jovem que teve a mão lacerada ao lançar um rojão.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Antônio Nunes, afirma que muitos manifestantes queriam arranjar confusão e que “a tropa de choque precisou agir para que eles não conseguissem invadir o Congresso Nacional ou chegar ao Palácio do Planalto”.
De acordo com o secretário de Segurança Pública e Paz Social do DF, Edval Novaes, “todas as forças de segurança cumpriram plenamente o que está previsto no protocolo para grandes manifestações na Esplanada. O diferencial desta foram os ânimos dos participantes, que não quiseram protestar de forma pacífica, mas depredado o patrimônio público”. O titular da pasta afirma ainda que as medidas tomadas hoje podem ser tomadas como aprendizado para eventos futuros.
Decreto presidencial Questionado também sobre o decreto assinado pelo presidente Michel Temer que determina a presença das Forças Armadas em Brasília até o dia 31 de maio, Edval Novas reafirma que o GDF foi surpreendido.
“Foi realmente uma surpresa para nós. Acredito sim que a PMDF seja capaz de lidar com essas manifestações, como provou cabalmente no último ano. Na verdade, ainda precisamos entender a extensão da medida. Ainda vou conversar com o general. Mas as primeiras informações são de que as forças armadas vão fazer apenas a proteção dos prédios na Esplanada dos Ministérios”, disse em coletiva.
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