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“Não posso perder o meu filho”, diz mãe do menino que chorou ao saber que voltaria a morar com o pai. Veja vídeo

“Foi desumano o que o juiz fez. Não ouviu minhas testemunhas, não escutou meu filho. Não me permitiu dar detalhes. Nem pude me despedir”, lembra

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1 de 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Não posso mais ser omissa. Não posso perder meu filho”, disse ao Metrópoles a servidora pública Rosilene Batista, 31 anos, que há dois dias afirma não receber notícias do filho de 6 anos. A criança voltou a morar com o pai, em São Paulo, após uma decisão judicial. O drama vivido pela família ganhou força nas redes sociais após a divulgação de um vídeo que mostra a reação do garoto ao saber que voltaria a morar com o pai. “Eu ligo, mando mensagem, mas não me deixam conversar com ele. É desesperador ficar sem saber se meu filho está bem”, conta Rosilene.

Segundo a mãe, o garoto sofria maus-tratos na casa em que o ex-marido mora com a madrasta. “Foi desumano o que o juiz fez. Não ouviu minhas testemunhas, não escutou meu filho. Não me permitiu dar detalhes. Nem pude me despedir”, conta. A reportagem tentou contato com o pai do menino e com a madrasta, mas eles não atenderam as ligações.

A audiência teve duração de cinco horas, diz Rosilene. Ao final, quando soube da sentença, ela passou mal e teve de ser socorrida por uma equipe do Corpo de Bombeiros. “O procedimento foi errado do início ao fim”, denuncia.

“Tive que me ausentar da sala quando o pai prestou depoimento. Quando chegou a minha vez, ele acompanhou tudo. Tenho denúncias de Maria da Penha contra esse agressor”, acusa. Agora, a família luta para conseguir a guarda da criança.

Veja o desabafo da mãe:

 

Na tarde desta sexta-feira (29/1), um grupo de mulheres organizou uma manifestação para dar apoio à mãe. O ato estava programado para ocorrer em frente ao Fórum do Riacho Fundo I. Uma página, chamada “Todos por Samuel”, também foi criada no Facebook.

Processo
De acordo com o processo que tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Rosilene tirou a criança da guarda do pai sem o consentimento dele. Na decisão do juiz, consta que ela trouxe o menino para o DF, retirando-o de seu convívio familiar, parentes, amigos, escola e consultas médicas.

Diante dos fatos, o pai ajuizou, na comarca de Capivar (SP), ação de busca e apreensão com pedido liminar, que foi deferido pela Justiça de São Paulo, com a expedição de carta precatória, documento que é enviado pelo juiz a um colega de outro estado. Em outubro do ano passado, a mãe de Samuel tomou conhecimento da situação e ajuizou uma ação de modificação da guarda.

Veja a reação da criança:

Mãe tenta recuperar a guarda do filho na Justiça
Mãe contou que foi ameaçada e, por isso, entregou guarda do filho

Denúncias
Rosilene conta que conheceu o ex-marido em 2008. Ele é operário e veio à Brasília para fazer um curso em uma igreja evangélica do Riacho Fundo II. Com três meses de namoro, os dois se casaram e passaram a viver em uma casa no Distrito Federal. Segundo a mulher, ela sofria agressões constantes do marido.

“Cheguei a registrar ocorrência. Ele me ameaçou de morte várias vezes”, alega. Em 2010, ela, a filha de 8 anos, fruto de outro casamento, e Samuel fugiram de casa. Dois anos depois, Rosilene conta que foi coagida a repassar a guarda de Samuel ao pai biológico.

Durante os três anos em que a criança ficou sob os cuidados do pai e da madrasta, a mãe diz que conseguia falar com o filho apenas por telefone e, ainda assim, com a supervisão do pai.

Em janeiro de 2015, Rosilene abriu um processo para recuperar a guarda do filho. Em agosto daquele ano, a denúncia de um familiar da criança que também mora em São Paulo deixou os parentes preocupados no Distrito Federal. “Essa pessoa me procurou e me alertou sobre o comportamento de Samuel. Me disse que ele não era uma criança normal”, citou.

No feriado de 7 de setembro, quando a mãe poderia ficar com o filho, Rosilene levou o garoto para o Riacho Fundo 2. Ele ficou hospedado na casa da mãe e dos avós. “Começamos uma corrida contra o tempo para tentar a guarda definitiva dele. Conseguimos a guarda provisória”, explica, sustentando que reuniu laudos do Conselho Tutelar, de psicólogos e de médicos que atestam os maus-tratos.

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