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Mudanças na cúpula da Segurança Pública pegam integrantes do governo de surpresa

O nome do diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, era dado como certo para assumir a Secretaria de Segurança, mas foi substituído pela psicóloga Márcia de Alencar. Troca no comando da Polícia Militar também não era esperada

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A nomeação da nova secretária da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, Márcia de Alencar, pegou de surpresa integrantes da equipe do socialista Rodrigo Rollemberg. Marcado para as 11h desta quarta-feira (6/1), o anúncio foi feito sem que grande parte da equipe do governador soubesse quem assumiria o lugar deixado por Arthur Trindade há dois meses.

Apesar de outros nomes terem sido cotados e até dados como certos, Rollemberg manteve a mesma linha do começo do mandato: deixou no posto mais alto da pasta uma especialista ligada aos direitos humanos. A troca no comando da Polícia Militar — com a saída do coronel Florisvaldo Cesar e a entrada do coronel Marco Antônio Nunes — também foi inesperada. As duas mudanças anunciadas nesta quarta (6) causaram reações divergentes nos bastidores das corporações.

Até a noite de terça (5), nos corredores do Buriti, o nome do diretor-geral da Polícia Civil (PCDF), Eric Seba, era o mais cotado para assumir a Segurança. No começo da semana, inclusive, o delegado passou a tarde em reuniões no palácio. Contudo, por temer um atrito entre as forças de segurança, em especial com a Polícia Militar, o governador recuou. A falta de substituto para assumir o comando da PCDF também teria influenciado a decisão.

Mestre em psicologia, a pernambucana Márcia de Alencar era ligada ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que morreu durante a campanha de 2014, quando concorria à Presidência da República. A nova secretária atuou na implantação do programa Pacto pela Vida, criado por Campos e que exerce forte influência na política de segurança de Rollemberg.

O nome de Márcia gerou impasse dentro das corporações. O que se fala é que, mais uma vez, o governador optou por um especialista teórico sem experiência prática das polícias. A preocupação de civis e militares é que, assim como ocorreu com Arthur Trindade, haja impasse em ações mais enérgicas das categorias, quando for necessário o uso da força.

Apesar de várias críticas ouvidas pelo Metrópoles por integrantes das corporações, as entidades que representam as classes se mantêm fora da briga. O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) afirmou que espera o diálogo com a nova secretária. “Os policiais civis querem contribuir com ideias para uma eficiente segurança pública em prol de toda a sociedade brasiliense”, disse o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco.

O Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo) afirmou que, independentemente do chefe da Segurança, a categoria exige independência. “A autonomia da Polícia Civil é condição fundamental para o exercício da investigação criminal sem nenhuma interferência política ou de qualquer outro gênero. Exigimos a manutenção dessa condição, pois a população do DF exige uma Polícia Judiciária de Estado, e nunca de governo, trabalhando sempre em prol da sociedade e nunca pelo interesse de grupos ou pessoas determinadas”, ressaltou o presidente do sindicato, Benito Tiezzi.

“Mudanças”
Exonerado do comando da PM, o coronel Florisvaldo Cesar não participou da entrevista coletiva. O que se fala é que ele não havia sido informado sobre a mudança e ficou sabendo da novidade apenas com o anúncio do governador. Cesar resistiu à queda de braço com o então secretário, Arthur Trindade, após um confronto entre policiais militares e professores no Eixão Sul, em outubro do ano passado. O grupo fechou as vias e foi contido pela PM, que usou spray de pimenta e balas de borracha. À época, a atuação foi duramente criticada e, no mês seguinte, Trindade foi exonerado do posto.

Mirelle Pinheiro/MetrópolesRollemberg assegurou que partiu dele a decisão da saída do coronel, por entender que “está na hora de renovar o trabalho”. “O coronel César continuará ajudando o governo em outra função. Entendemos que essa é a melhor formatação para que continuemos avançado nos índices de criminalidade do Distrito Federal”, completou.

Perfil político
No lugar de Cesar, assume o coronel Marco Antônio Nunes. Especialista em Ciências Policiais e Estratégia em Segurança Pública, Nunes tem atuação antiga da política. Em 2010, foi diretor-geral do DFTrans. Também foi chefe de gabinete do deputado federal Alberto Fraga (DEM), que, inclusive, o homenageou pelas redes sociais nesta quarta. “O coronel Nunes é competente, compreensivo e habilidoso. Tenho plena convicção de que o comando dele será coroado de êxito e será muito bom para a tropa, que hoje está desmotivada. Pela primeira vez, tenho que parabenizar Rollemberg, foi o ato mais acertado do seu governo e certamente o mais produtivo. O tempo dirá”, escreveu o deputado.

O nome do oficial foi bem recebido dentro da corporação. Ele é tido como “inteligente, operacional e com boa relação com a categoria”. “É um coronel amigo de todos, trabalha no mesmo nível que os praças. Ele vai fazer um grande trabalho, porque é muito competente”, afirmou Manoel Sansão, presidente interina da  Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal (Aspra-DF).

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