metropoles.com

Habita Brasília, programa habitacional do GDF, terá casas sobrepostas

Modelo, inédito no DF, será adotado no Recanto das Emas. Serão duas residências no mesmo imóvel, separadas por entradas independentes

atualizado

Compartilhar notícia

Codhab/Reprodução
casas sobrepostas, habita brasília
1 de 1 casas sobrepostas, habita brasília - Foto: Codhab/Reprodução

O programa Habita Brasília chegará ao Recanto das Emas nos próximos meses. A grande novidade é a construção de casas sobrepostas: residências multifamiliares constituídas por dois pavimentos. Na prática, duas famílias vão dividir o mesmo imóvel, mas com entradas independentes.

Segundo o Executivo local, as casas sobrepostas são uma novidade no DF, mas não no Brasil. O Governo Federal já utilizava um tipo de edificação semelhante no programa Minha Casa Minha Vida. “Elas otimizam a infraestrutura para os moradores e ampliam a oferta (de imóveis). Onde caberiam 60 famílias, passam a caber 120”, observa o secretário de Gestão de Território e Habitação do DF, Thiago de Andrade.

A previsão é que as obras sejam contratadas em outubro e tenham início nos primeiros meses de 2018. A ação do Governo do Distrito Federal vai contemplar as quadras 400 e 600 da cidade, em uma área de 4.300 m² chamada de Centro Urbano e de Subcentro do Recanto das Emas.

  • O projeto (veja abaixo) prevê 158 lotes para casas multifamiliares, 780 unidades residenciais para venda (por não integrarem as iniciativas sociais do GDF) e dez lotes de uso misto, com até seis pavimentos – os térreos abrigam comércio e serviços; os demais andares, residências. Posteriormente, as casas sobrepostas serão levadas também para a quadra 100 (ímpares) de Samambaia.
  • Habita Brasília – Recanto das Emas e Samambaia by Metropoles on Scribd

 

Dúvidas
A proposta é polêmica.  Professor de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB), Frederico Flósculo destaca que o sistema é antigo: “Em Roma, há dois mil anos, tinha muita casa assim. As familiais tinham casas com compartimentos independentes entre si. Mas não eram condomínios”. De acordo com ele, a proposta do GDF pode funcionar ou não.

Para dar certo, tem que ter projetos bons para que as famílias vivam vidas independentes, que se assemelhem a pequenos edifícios. Pode dar certo ou muito errado, depende das características do projeto. Especialmente com relação ao acesso das famílias que vão morar no pavimento superior. É preciso assegurar a privacidade.

Frederico Flósculo, arquiteto

De acordo com ele, a laje tem que ser bem feita para evitar a interferência da vida de uma família na de outra: “É uma loteria, os seres humanos e suas afinidades. O governo precisa pensar em implementar o acompanhamento de assistente social e psicólogo para ajudar a estabelecer um acordo de convivência entre cada par de famílias que pode ser duradouro”.

Outras informações que têm que ser levadas em consideração são com relação à avaliação de cada um dos imóveis e como será feita a escritura.

Déficit
Segundo dados do Governo do Distrito Federal, em 2014, a falta de habitação atingia 117.710 mil famílias brasilienses. Aquelas cadastradas no programa local de habitação recebem os terrenos por meio do Lote Legal, iniciativa que integra o Habita Brasília.

Os próprios moradores, com cooperativas e associações, erguem as casas, que seguem os modelos arquitetônicos planejados pelo governo para aquela área, como, por exemplo, as residências sobrepostas do Recanto das Emas. A construção integra a iniciativa Na Medida, também parte do Habita Brasília e que prevê acompanhamento das obras por técnicos do governo.

De acordo com Thiago de Andrade, os preços dos lotes variam de acordo com o tamanho. A estimativa é de que custem entre R$ 30 e R$ 50 mil. Já o valor das casas será calculado futuramente pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) em parceria com cooperativas.

“Para reduzir o déficit habitacional, priorizamos ofertar imóveis em localidades que já têm infraestrutura. Isso evita que os futuros moradores sofram esperando os equipamentos públicos necessários ao atendimento da população”, argumenta o secretário de Gestão de Território e Habitação. Caberá à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) providenciar benfeitorias complementares.

Segundo informações publicadas no Diário Oficial do DF, a implantação da infraestrutura do projeto está prevista e aprovada no orçamento da Terracap. A contratação das obras deve sair do papel no mês que vem.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?