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Justiça mantém preso PM que matou colega de farda em briga por lote

Juiz Aragonê Nunes Fernandes destacou que prisão se faz necessária “como forma de garantir a ordem pública e preservar a instrução criminal”

atualizado

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osvaldo arcanjo
1 de 1 osvaldo arcanjo - Foto: Reprodução

A Justiça decretou nesta quarta-feira (2/8) a prisão preventiva do subtenente reformado da Polícia Militar do DF Osvaldo Arcanjo de Souza, 50 anos, réu confesso do assassinato do sargento Raimundo Ribeiro dos Santos Muller. Ele atirou no peito do colega de farda, nesta terça (1º), durante uma discussão sobre a posse de um terreno na MI 10, no Lago Norte, na chácara Vale dos Ipês.

Durante audiência de custódia, o juiz Aragonê Nunes Fernandes destacou que a prisão se faz necessária, ao menos neste momento, “como forma de garantir a ordem pública e para preservar a instrução criminal”.

Osvaldo se apresentou na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), acompanhado de um advogado, quatro horas depois do crime. Ele alegou legítima defesa, mas foi preso em flagrante por homicídio e entregou a arma utilizada no crime (um revólver .38, particular).

Segundo informações da Policia Civil, o subtenente já teria sido citado em outras ocorrências relacionadas à disputa de terras na região e por ameaças. Não foi a primeira vez que os dois brigaram por causa do lote.

Osvaldo e Raimundo eram vizinhos e, em 2015, entraram em desavença por conta de uma alteração nos limites do terreno, supostamente promovida pela vítima. Familiares de Raimundo contaram que os PMs travaram uma batalha na Justiça há cerca de dois anos.

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A vítima, lotada no Colégio Militar Tiradentes, chegou a ser socorrida com vida, em estado gravíssimo, e levada ao Hospital Regional do Paranoá (HRPa). Porém, não resistiu aos ferimentos.

Ao Metrópoles, o filho de Raimundo, Camilo Yago Ribeiro dos Santos, disse que na manhã desta terça (1º) a família ouviu um barulho no portão e o sargento saiu para saber do que se tratava. “Depois que ele saiu de casa, só ouvimos um barulho semelhante a tiro. Saímos e vimos o meu pai deitado de bruços em um poça de sangue”, contou.

Ainda de acordo com ele, o subtenente teria ficado parado, olhando o outro PM ferido. Segundo o jovem, o pai saiu desarmado de casa e não teria motivos para ser assassinado.

Confira abaixo o desabafo de Camilo:

 

O outro lado
De acordo com o delegado chefe da 6ª DP, Érico Vinicius Mendes, o autor do disparo estava calmo e tranquilo quando se apresentou à polícia. O subtenente Osvaldo alegou legítima defesa, afirmando que ficou preocupado quando a vítima colocou a mão na cintura. Raimundo teria pego apenas o celular, mas o militar aposentado sacou o revólver e disparou contra o vizinho.

Segundo o advogado Jonas Ramalho, que assumiu a defesa de Osvaldo Arcanjo de Souza, os fatos que resultaram no homicídio tiveram início meia hora antes do crime. “Por volta das 5h30, o Osvaldo estava lavando o rosto quando ouviu um barulho na cerca e notou que tinha uma pessoa vindo em sua direção. Ele perguntou quem era e pediu que se retirasse, mas a pessoa continuou”, detalhou Jonas.

Na sequência, após Osvaldo sacar seu revólver: “Raimundo, então, chegou mais perto e disse: se você vai atirar, atira logo, senão eu quebro ela na sua cara. A partir de então os dois começaram a brigar e, em um certo momento, Arcanjo, com medo, pensou que Raimundo iria atirar e disparou uma única vez contra o vizinho”, acrescentou.

Ao contrário do que foi dito pelos familiares da vítima, o advogado garante que o pedido de socorro feito aos bombeiros, às 5h53, partiu de seu cliente.

A Polícia Militar informou, por meio de nota, “que o fato será apurado pela Corregedoria e, por ser um crime comum, também será analisado pela Justiça comum”. A Corregedoria, inclusive, já teria conhecimento prévio da briga entre os vizinhos militares, segundo afirmou o delegado Érico Vinicius Mendes, chefe da delegacia.

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