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Policial federal que matou homem em festa é denunciado por homicídio

Ricardo Rodrigues responderá por homicídio qualificado, devido à impossibilidade de defesa da vítima, Cláudio Muller, e motivo fútil

atualizado

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CBMDF/ Divulgação
homicidio barco lake palace
1 de 1 homicidio barco lake palace - Foto: CBMDF/ Divulgação

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou a denúncia contra o policial federal Ricardo Matias Rodrigues por homicídio duplamente qualificado. A decisão é fruto da acusação feita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). No documento, a promotoria afirma que o motivo do crime foi fútil e que a vítima não teve possibilidade de defesa. Se condenado, Rodrigues pode pegar até 30 anos de prisão pela morte do ex-funcionário do Banco do Brasil Cláudio Muller Moreira, 47 anos. Ele também poderá responder por tentativa de homicídio contra Fábio da Cunha, 37.

Segundo o advogado Antônio Rodrigo Machado, responsável pela defesa do policial federal, “a denúncia do Ministério Público é absurda”, já que a Polícia Civil ainda não concluiu o inquérito. “O fato de o promotor ajuizar ação penal enquanto as investigações não estão encerradas mostra que ele está se baseando nas notícias da imprensa para iniciar um processo de tamanha gravidade”, critica.

O MPDFT, no entanto, informou ao Metrópoles que “não precisa, obrigatoriamente, do inquérito para apresentar denúncia. Neste caso, a Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri instaurou um procedimento de investigação criminal para acompanhar o caso e coletar as informações necessárias para formular a denúncia”.

Ao ser questionada pela reportagem sobre a denúncia do MPDFT, a Polícia Federal disse que não comentaria o caso porque ainda não foi notificada oficialmente.

No último dia 14, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) havia negado o pedido do Ministério Público, formulado pelo promotor Leonardo Jubé, da 1ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, para a prisão preventiva do policial. No entanto, diversas medidas cautelares foram impostas pelo juiz Paulo Giacondo. Entre elas, a perda do porte de arma do agente.

O magistrado afirmou que o policial teve conduta “deveras reprovável” e “comportamento impróprio e inadmissível após ingerir bebida alcoólica”. No entanto, o juiz disse que não era possível descartar a possibilidade de que Rodrigues tenha agido em legítima defesa, como afirma seu advogado.

Além de perder o porte de arma, o policial federal foi afastado do serviço de rua e terá que trabalhar apenas na área administrativa. Rodrigues ainda está obrigado a ficar em casa à noite, foi proibido de “participar de eventos festivos” e de deixar o Distrito Federal sem autorização prévia. Todo dia 25, ele precisa comparecer em juízo. Caso descumpra alguma das medidas, poderá ter a prisão decretada.

Relembre o caso
Na noite de 8 de outubro, o policial federal Ricardo Matias Rodrigues atirou contra dois homens durante uma festa no barco Lake Palace, que estava ancorado no Motonáutica, no Setor de Clubes Norte. Cláudio Muller Moreira não resistiu e morreu ao dar entrada no Hospital de Base. Fábio da Cunha, também alvejado na região abdominal, foi socorrido e se recuperou do ferimento. Logo após a tragédia, Rodrigues se apresentou à 5ª DP (área central), onde confessou ter disparado contra os dois homens.

Facebook/Reprodução
Cláudio Muller e a esposa

 

As versões contadas por testemunhas divergem em alguns aspectos, mas há um fator em comum nos depoimentos: o desentendimento entre mulheres presentes na comemoração foi o motivo da discussão que acabou na tragédia.

Segundo a defesa de Rodrigues, durante a comemoração do aniversário de três mulheres na embarcação Lake Palace, houve uma confusão, e Cláudio Muller e Fábio Cunha teriam agredido o policial. Rodrigues, então, sacou a arma e ordenou aos supostos agressores que se afastassem. Ao perceber que o comando não foi atendido, o policial disparou um tiro no abdômen de cada um e, em seguida, pediu para que alguém solicitasse socorro. Rodrigues alega que agiu em legítima defesa.

Essa versão, entretanto, é contestada por testemunhas que afirmam não terem visto Rodrigues se identificar como policial.

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