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Jovem que saltou de prédio para fugir de namorado se recupera no Sarah

Enquanto Samara de Oliveira Felipe, 23 anos, luta para voltar a andar, o acusado, que a confundiu com atriz pornô, foi solto pela Justiça

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 samara - Foto: Arquivo pessoal

Dizer que Samara de Oliveira Felipe nasceu de novo não é exagero. Há quase dois meses, a jovem de 23 anos pulou da janela do apartamento em que morava em Taguatinga Sul, a uma altura de 12 metros, para escapar da morte. A ameaça era o namorado com quem ela se relacionava havia dois anos e que, em um ataque de fúria, ameaçou assassinar a mulher com uma faca após confundi-la com uma atriz pornô. Agora, Samara começa a recuperar a vida que quase lhe foi tomada.

Desde o dia 13 de julho, a jovem está internada e passa por fisioterapia na Rede Sarah, no Plano Piloto. Segundo Márcia Oliveira, a irmã conseguiu a vaga após receber alta do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) no fim do mês passado.

Samara ainda não consegue andar, mas já está bem melhor, de acordo com os familiares. “Ela teve um avanço muito rápido. Está mais animada porque agora consegue se mover sozinha entre a cadeira de rodas e a cama. Também não precisa mais de ajuda para tomar banho”, explica.

Assim que foi liberada do HRT, Samara foi morar com uma das três irmãs, em um novo endereço, até conseguir tratamento no Sarah. A comerciária passou por uma cirurgia e implantou nove pinos na coluna. Segundo a irmã, agora ela deve fazer mais uma operação no pé direito quando as lesões diminuírem. A partir daí, se tudo der certo, poderá fazer exercícios e, possivelmente, voltar a andar aos poucos.

Apesar das dificuldades, os familiares se mostram muito otimistas, assim como Samara. “Ela está muito feliz por ter conseguido este tratamento. Recebe ajuda psicológica e, agora que consegue fazer mais coisas sozinha, ficou muito mais motivada. O pesadelo amenizou um pouco”, garante a irmã.

Ao Metrópoles, Samara enviou algumas fotos para mostrar sua recuperação no Hospital Sarah:

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Acusado

Enquanto Samara luta para andar novamente, o ex-namorado, Thiago Dantas, 30 anos, está nas ruas. No dia do crime, ele chegou a ser preso, mas ganhou a liberdade após pagar fiança de R$ 2 mil. Em 14 de junho, duas semanas após a tragédia, o vigilante foi detido preventivamente por agentes da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).

Alguns dias depois, no entanto, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) determinou a soltura de Thiago. A informação foi confirmada pela defesa do acusado, que não quis comentar o caso por enquanto. O processo corre em segredo no Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Taguatinga.

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Caso chocante
A história de Samara, ocorrida no dia 29 de maio deste ano, chocou os brasilienses. Segundo relatos de amigos e familiares, Thiago Dantas estava assistindo a filmes pornô no computador quando viu uma atriz que se parecia com a então namorada. A jovem dormia quando foi surpreendida por tapas e socos.

Desesperada após ser ameaçada de morte, Samara pulou do apartamento onde morava, no 4º andar de um edifício na CSE 4, em Taguatinga Sul. Enquanto ela recebia socorro, já no chão, o namorado ainda teria usado uma mangueira para jogar água na mulher.

De acordo com amigos da vítima, o casal planejava oficializar a união no final deste ano. O comportamento possessivo do homem, no entanto, era motivo de preocupação para os familiares da jovem. “O ciúme que ele sentia era doentio. Ela tentou sair do relacionamento algumas vezes, mas Thiago não deixava”, contou, à época, um amigo que pediu para não ser identificado.

Em um vídeo gravado no hospital pela irmã, Samara contou que só conseguia pensar em sobreviver quando foi atacada pelo namorado. “Ele pegava a faca e dizia que ia me matar, que ia me cortar todinha. Olhei para a janela e vi que a minha única chance era pular dali. Pensei, meu Deus! Se eu cair e me quebrar todinha, não vou poder mais nem andar, mas pelo menos vou estar viva”, desabafou.

Vídeo gravado por Samara após ser atacada pelo namorado:

 

 

A Justiça determinou medidas protetivas para Samara. O caso da comerciária poderia ter resultado em uma tragédia ainda maior. Em muitos episódios, as mulheres não escapam vivas da covardia dos seus maridos, namorados ou companheiros.

Estatísticas alarmantes
Dados da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social (SSP) mostram que, em 2016, foram registrados 19 feminicídios e 17 tentativas em todo o Distrito Federal. As 19 mortes representam 3,2% do total de homicídios ocorridos na capital no ano passado.

Números do Mapa da Violência de 2015 revelam que o Brasil está entre os países com maior índice de assassinatos de mulheres. Com taxa de 4,8 crimes a cada 100 mil, fica em quinto lugar no ranking mundial de feminicídios.

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