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Índios, quilombolas e pescadores invadem o Palácio do Planalto

Eles criticam o projeto que transfere ao Legislativo a responsabilidade pela homologação de terras indígenas e a PEC 55

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Índios
1 de 1 Índios - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Cerca de 200 integrantes de comunidades indígenas, pesqueiras e quilombolas e quebradeiras de coco ocuparam às 10h desta terça-feira (22/11) o hall do Palácio do Planalto para protestar contra o que classificam de “programa neoliberal dos governos” e denunciar o que chamam de “retrocesso nos direitos já conquistados por essas comunidades”. Muitos deles estão portando armas e flechas. De acordo com a Polícia Militar, em torno de 40 policiais fazem a segurança do local.

Os manifestantes criticam projetos em tramitação no Congresso – como o que transfere ao Legislativo a responsabilidade pela homologação de terras indígenas e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos e está em tramitação no Senado – e pedem maior rapidez no processo de demarcação de terras indígenas, quilombolas e de territórios tradicionais pesqueiros. Eles estão negociando a saída do local com servidores do Planalto.

Eles reivindicam também mais recursos para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Os manifestantes querem ainda o retorno do Ministério do Desenvolvimento Agrário e maior autonomia e protagonismo das comunidades nos processos de gestão e fiscalização de territórios e áreas de preservação.

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Uma representante da Secretaria de Governo da Presidência recebeu o documento com as reivindicações das comunidades. Os manifestantes, entretanto, ainda esperam para ser recebidos por alguma autoridade.

Entre as etnias que participam do movimento estão Pataxó, Kayngang, Kanela, Guarani, Avá, Krikati, Gavião e Tumbalalá. No momento, eles cantam e fazem danças tradicionais. O Palácio do Planalto afirmou que, a princípio, não vai se pronunciar a respeito da manifestação.

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