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Família decide cremar corpo do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina

Esposa e filha do ex-parlamentar chegaram a Brasília nesta quarta-feira (16/8). Cinzas devem ser levadas a Pando, terra natal de Molina

atualizado

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Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Roger Pinto Molina
1 de 1 Roger Pinto Molina - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A família do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, morto em Brasília na madrugada desta quarta-feira (16/8) após sofrer um acidente aéreo, decidiu cremar o corpo do ex-parlamentar. Segundo o advogado Fernando Tiburcio, representante da família de Molina, os parentes aguardam autorização judicial para realizarem o procedimento. As cinzas devem ser levadas à região de Pando, na Bolívia, terra natal do ex-senador.

A esposa e uma filha de Molina chegaram a Brasília nesta quarta (16). Durante o dia, elas ponderaram a possibilidade de levar o corpo do ex-parlamentar ao país natal. No entanto, desistiram da ideia por medo de retaliações políticas, já que Roger Molina estava em asilo no Brasil após relatar perseguição na Bolívia por parte do governo do presidente Evo Morales. Segundo o advogado, o corpo já foi liberado do Instituto Médico Legal (IML).

Roger Pinto Molina morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória na UTI do Hospital de Base do DF, onde estava internado desde sábado (12), data do acidente.

De acordo com a Secretaria de Saúde, ao dar entrada no HBDF, Molina apresentava ferimentos diversos e traumatismo crânioencefálico. Os médicos fizeram drenagem bilateral no tórax e uma traqueostomia de urgência. Durante a noite e madrugada do dia do acidente também foram feitas tomografias, análises de raio X e laboratoriais.

Extrema direita
Molina foi senador pelo Plano de Progresso para a Bolívia – Convergência Nacional, partido de extrema direita daquele país. Ele se tornou conhecido no Brasil em 2012. Acusado pelo governo Evo Morales em mais de 20 processos por irregularidades como dano econômico ao Estado, estimados na época em US$ 1,7 milhão, o ex-parlamentar se refugiou na Embaixada do Brasil em La Paz.

Conseguiu asilo no Brasil no ano seguinte sob alegação de perseguição política. Molina foi transportado de carro pela fronteira boliviana em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Sua fuga causou dissabores ao governo brasileiro e levou à demissão do então ministro das relações exteriores, Antônio Patriota.

O ex-senador também foi lembrado em 2016, dessa vez por conta do acidente com o avião da Chapecoense, na Colômbia. Ele era sogro do piloto da aeronave, Miguel Quiroga, e um dos donos da empresa Lamia. Quiroga era casado com Daniela, filha de Roger Molina, com quem teve três filhos.

Acidente
O ultraleve que o ex-senador pilotava caiu na região do Aeroclube de Luziânia, no Entorno do DF, no sábado (12). Técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), da Força Aérea Brasileira (FAB), estiveram no Aeroclube de Brasília, que tem sede operacional em Luziânia, para captura de fotos, coleta de documentos e entrevistas com testemunhas.

O modelo experimental do ultraleve pilotado pelo ex-senador possuía registro na Agência Nacional de Aviação (Anac) e tinha prefixo PU-MON. Roger Molina fez a parada em Luziânia para abastecimento. O destino final era Brasília, cidade onde ele morava.

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