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Exame que desvendou assassinato de empresário foi desenvolvido no DF

Teste de DNA feito a partir da cartilagem do corpo de Gerson Macedo, 65 anos, foi a peça que faltava para elucidar morte brutal

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
CSI
1 de 1 CSI - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Nos moldes de CSI, série de investigação criminal, um assassinato com requintes de crueldade foi desvendado no Distrito Federal graças a um exame de cartilagem da vítima. Em apenas 30 horas, a equipe do Instituto de Pesquisa e DNA Forense da Polícia Civil do DF encontrou a peça que faltava no quebra-cabeça para elucidar o crime brutal que tirou a vida do empresário Gerson Macedo, 65 anos.

O homem desapareceu em janeiro deste ano após sair para encontrar seus algozes. Não voltou mais para casa, no Riacho Fundo. Durante seis meses, a família ficou sem respostas. Até que um corpo foi encontrado em uma cisterna de Luziânia, em Goiás.

O cadáver foi trazido para Brasília. É aí que entra o trabalho da equipe do Instituto de Pesquisa e DNA Forense, comandada pelo médico Samuel Teixeira Gomes Ferreira. Como o corpo estava a 20 metros de profundidade e em um ambiente úmido, parte dele foi preservada, o que possibilitou confronto da cartilagem da vítima com o material genético do filho e da esposa de Gerson.

Se houvesse somente o esqueleto, o exame demoraria no mínimo 30 dias. O DF é pioneiro na técnica de extração de DNA a partir de cartilagem. O método começou a ser desenvolvido em 2006. E desde então, foi usado para identificação de 45 corpos. Somente no ano passado, ajudou a desvendar a identidade de oito cadáveres.

O crime
Gerson foi morto com quatro tiros. Os assassinos carregaram seu corpo até a cisterna e ainda jogaram uma tora em cima. Ele já tinha escapado de uma emboscada no Riacho Fundo, também elaborada pelos acusados: em dois carros, eles cercaram o homem, que foi salvo graças a uma viatura da PM que passava pelo local na momento.

O empresário se envolveu com os seus assassinos durante transações imobiliárias. A mais recente foi referente a aquisição de cinco quitinetes pela vítima, ao custo de R$ 350 mil. Só que os acusados não eram os verdadeiros donos dos imóveis.

O crime começou a ser desvendado a partir do assassinato de um deles, Erinaldo Soeiro, ou Fernando Cadeirante. Ele foi morto pelos próprios comparsas. Ao investigar o homicídio, a polícia goiana interrogou a namorada da vítima e uma revelação feita pela mulher chamou atenção dos policiais: ela disse que o carro de Fernando Cadeirante fedia muito.

O corpo de Gerson foi transportado para a cisterna no C4 Pallas de Fernando Cadeirante. E foi jogado no buraco, localizado a apenas 20 metros da casa do suspeito. Após o corpo ter sido encontrado e com a prisão do outro acusado do crime, Jucélio Freire da Costa, 33, no dia 14 de julho, a peça encaixada nessa trama criminosa foi o exame na cartilagem.

É extremamente gratificante dar uma resposta para a sociedade e, principalmente, para a família, pois coloca um ponto final na dor deles. Ao mesmo tempo, foi um trabalho desafiante e que confirma que a nossa tecnologia é diferenciada e de ponta

Samuel Teixeira Gomes Ferreira, médico do Instituto de Pesquisa e DNA Forense

Lanchonete no Elefante Branco
Gerson tinha uma lanchonete no colégio Elefante Branco, na 907 Sul, e trabalhava com compra e venda de imóveis. No dia em que saiu para encontrar os estelionatários deixou um bilhete para uma funcionária dizendo que, se não voltasse, eles seriam os culpados.

A polícia ainda procura mais um suspeito do crime: Alziro Zarur. O delegado Christian Alvim, da 29ª DP (Riacho Fundo), garante que o exame do Instituto de Pesquisa e DNA foi crucial para manter Jucélio preso preventivamente. “Ele dizia que nunca íamos encontrar o corpo de Gerson”, ressaltou o investigador.

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