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“Eu senti vergonha”, diz jovem que denunciou estupro

Em entrevista ao Correio Braziliense, a estudante da UnB de 24 anos contou que bebeu e disse que não estava em condições de responder pelos seus atos

atualizado

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1 de 1 estupro - Foto: iStock

Oito dias depois de contar em detalhes sobre a agressão sofrida na noite de réveillon, a estudante da UnB de 24 anos voltou a falar sobre o que ocorreu. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, a jovem reforçou a sua versão do que teria ocorrido. Ela contou que bebeu e disse que não estava em condições de responder pelos seus atos.

Pelo Facebook, ela denunciou o segurança da festa de tê-la estuprado. Wellington Monteiro, por sua vez, disse que foi sexo consentido.

Confira a seguir trechos da entrevista: 

Sobre a denúncia

“Acho que, geralmente, as vítimas de estupro não se pronunciam. Além disso, a mulher é sempre culpada, ela é sempre culpabilizada. Acho que a minha iniciativa causou isso.”

Como se sente

“Tenho pesadelos com aquele momento. Não consigo dormir, apenas quando percebo que a minha minha família já acordou.”

“Ninguém esquece. Não tem como, a não ser que seja um problema de saúde. De alguma forma, isso sempre estará marcado, mas não é algo que eu vá deixar me paralisar.”

“Devastada. Não tem como descrever. A gente acha que estupro é algo imperdoável, mas sentir isso na pele é diferente. Não tem palavra que explique.”

No dia

“Eu fui para a festa com dois amigos, de ônibus. A parada mais próxima ficava a 20, 30 minutos caminhando (da Acadêmicos da Asa Norte, no Setor de Clubes Norte). Era um local que eu nunca tinha ido, deserto. Não tinha como, naquela hora da noite, embriagada, em um local deserto, voltar sozinha. Eu não tinha condições. Para chegar em casa, eu ainda pegaria uns três ônibus. Fiquei com medo de voltar sozinha.”

A demora em contar 

“Eu demorei para assimilar as coisas. Demorei para entender o que tinha acontecido. Senti vergonha.”

O dia seguinte

“Eu fiquei em estado de choque e não pensei em nada. Comecei a ficar preocupada quando não consegui tirar o absorvente interno. Foi quando a ficha começou a cair, me dei conta do que tinha acontecido de verdade, de que não tinha sido consensual.”

 

 

 

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