metropoles.com

Entrega de presídio de segurança máxima na Papuda está atrasada

Depois de poucos meses do início das obras, o projeto foi paralisado. A empreiteira que fazia o empreendimento faliu

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
São Sebastião
1 de 1 São Sebastião - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A celeridade que o governo federal promete dar agora aos projetos penitenciários não passou perto da construção do quinto presídio de segurança máxima. Anunciada pelo Ministério da Justiça em novembro de 2013, a quinta penitenciária federal, prevista para ser erguida no complexo da Papuda, em Brasília, deveria ter sido entregue em dezembro de 2014. Depois de poucos meses do início das obras, o projeto foi paralisado.

A empreiteira que fazia o empreendimento, a Construtora RV Ltda, entrou em dificuldades financeiras e faliu. Foram pelo menos nove meses de paralisação, segundo informações do ministério, até que a segunda colocada na licitação, a empresa GCE Engenharia, assumisse a construção.

À época, o projeto foi alçado como peça fundamental para “fortalecer o combate ao crime organizado em todo o País”. Sua estrutura teria “equipamentos de segurança de última geração, como aparelhos de raio X, coleta de digital e detectores de metais de alta sensibilidade”.

Hoje, as obras estão com em 65% da execução física. A previsão atual de entrega é outubro de 2017. E o valor da obra, segundo o governo saltou de R$ 34,8 milhões para R$ 39 milhões.

O Ministério da Justiça atribuiu o atraso aos problemas enfrentados com a empreiteira que tocava o projeto. Segundo o governo, R$ 21 milhões foram desembolsados até agora na construção da penitenciária. Faltam outros R$ 18 milhões.

A administração federal ainda tem outros quatro estabelecimentos de segurança máxima. Até agora, a nova estrutura de Brasília era a única em construção pelo governo. Cada uma dessas prisões apresenta 208 vagas, mesmo número previsto para a unidade da Papuda.

Segundo o Ministério da Justiça, a ocupação média atual em cada uma das penitenciárias federais é de 190 presos. Isso significa que, apesar da lotação de criminosos de alta periculosidade em detenções estaduais, haveria cerca de 70 vagas disponíveis em seus presídios de segurança máxima.

A construção desses presídios federais cumpre determinações da Lei de Execução Penal. As unidades foram construídas a partir de 2006. A função dessas estruturas é garantir o isolamento de chefes do crime organizado e aliviar a tensão no sistema carcerário estadual.

Ociosidade
Para Rafael Alcadipani, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o anúncio feito pelo Ministério da Justiça de construir outros cinco presídios federais é “uma medida para aparecer”. “Os presídios que já existem são subutilizados, estão com capacidade ociosa. Mais importante seria discutir quem a gente prende. O encarceramento em massa deve ser questionado.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?