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Encontro de adolescentes em Vicente Pires vira caso de polícia

Segundo a mãe de um dos garotos, o encontro terminou em lesão corporal e ameaça. O pai de uma das garotas, dono da casa, afirma ter flagrado uma bebedeira que acabou em estupro de vulnerável. O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia

atualizado

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confusão Vicente Pires
1 de 1 confusão Vicente Pires - Foto: Reprodução

Seria mais um encontro casual entre adolescentes, não fosse o desfecho: um inquérito policial. Na última sexta-feira (23/9), quatro amigos de 13 e 14 anos se reuniram na casa em que uma das garotas mora com o pai, um policial civil, em um condomínio de Vicente Pires. O homem, que estava trabalhando, chegou em casa antes do esperado pela filha. A partir daí, o episódio se transforma em uma confusão que terminou na 1ª Delegacia de Polícia e tem dois enredos bem distintos. A versão da mãe de um dos garotos é que o encontro terminou em lesão corporal e ameaça. A do pai, dono da casa, em uma bebedeira que acabou em estupro de vulnerável.

O policial Vargas Oliveira Rodrigues chegou em casa mais cedo do que o habitual. Segundo ele, havia indícios de que os quatro garotos tinham bebido e “se aproveitado das meninas”. Como elas têm entre 13 e 14 anos, um possível abuso seria classificado criminalmente como estupro de vulnerável. Rodrigues teria flagrado bebidas alcoólicas na residência e sinais de abusos sexuais contra as garotas. Uma delas, inclusive, estaria passando mal por conta do álcool no momento de sua chegada em casa e teria vomitado em um banheiro.

Oliveira admitiu ao Metrópoles que se chocou com a cena que encontrou, mas não quis entrar em detalhes sobre o que viu e fez a partir daí. Afirmou que “prestará depoimento às autoridades” para esclarecer a situação. Contou apenas que, quando chegou em casa, um dos garotos teria fugido e ele teria pedido para o outro adolescente chamar a mãe. O policial queria relatar a ela o que tinha presenciado. A mulher teria dito que o caso “não precisava ser levado à delegacia” e poderia ser resolvido com “uma conversa”.

O desfecho, aparentemente tranquilo, não se parece com o contado por Ana Paula, mãe do garoto de 14 anos. Segundo a mulher, o filho estaria “apenas sentado junto às garotas” quando o dono da casa chegou. À mãe, o menino disse que Rodrigues teria “surtado” e iniciado uma série de agressões: socos, chutes e coronhadas com uma arma de fogo. Ao Metrópoles, Ana Paula afirmou que, após chegar ao local, teria sido “mantida como refém pelo policial, sob a mira de uma arma, por cerca de 30 minutos”, junto com os outros adolescentes.

Quando cheguei, ele apontou a arma para mim e me obrigou a entrar. Ele também me disse: por um triz não pipoquei a cabeça do seu filho. Quase matei aquele desgraçado

Ana Paula, mãe de um dos garotos

De acordo com o depoimento de Ana Paula, Rodrigues teria batido também na própria filha e na outra adolescente, que teria vomitado por causa de uma infecção gástrica e não por causa de bebida alcoólica. O policial, então, teria xingado o filho e as jovens e “ameaçado matar todos”. Vargas Rodrigues, no entanto, afirmou que “conscientemente não agrediu ninguém”.

O policial garantiu ao Metrópoles que a filha não está machucada e, na verdade, teria sido vítima dos garotos, não dele. “Os dois se aproveitaram da situação e usaram álcool para abusar das meninas”, disse. Ainda de acordo com ele, a versão de Ana Paula não “representa a verdade”.

A história dela é completamente falsa e deturpada. Mas confio que a autoridade policial vai apurar e fazer os encaminhamentos corretos à Justiça

Vargas Rodrigues, policial dono da casa

O Metrópoles teve acesso a fotos que mostram hematomas supostamente causados pelas agressões de Rodrigues ao filho de Ana Paula. A confusão só teria acabado após apelos de vizinhos.

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Briga judicial
Agora, as duas famílias devem entrar em um embate no âmbito penal. Ana Paula registrou um boletim de ocorrência contra o policial civil por injúria, ameaça e lesão corporal. Ela também acionou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que lavrou um termo circunstanciado pedindo a abertura de inquérito policial para investigar a conduta do vizinho.

Rodrigues afirmou que, ao procurar uma delegacia para também registrar o caso, foi informado de que os fatos haviam sido repassados à Polícia Civil. O agente vai depor na próxima segunda-feira (26/9) e, segundo ele, apresentará provas de que as ações ilícitas ocorreram em sua casa na última sexta (23). O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

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