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Mário Sérgio Cortella faz palestra em Brasília. Educação e tecnologia foram debatidos no encontro

O filósofo e escritor participou do evento que marcou o lançamento do Sistema Marista de Educação (SME) na capital nessa sexta-feira (29/1)

atualizado

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Leonardo Arruda/Esp. Metrópoles
Mario Sergio Cortella
1 de 1 Mario Sergio Cortella - Foto: Leonardo Arruda/Esp. Metrópoles

“Se você encontrar alguém em uma escola com o celular no ouvido, pode ter certeza que é um idoso”. Descontração foi a palavra de ordem da palestra do filósofo e escritor Mario Sergio Cortella. Atento às palavras do estudioso, o público lotou as cadeiras do Teatro Marista, na Asa Sul, nessa sexta-feira (29/1). Na visão de Cortella, por causa dos aparelhos telefônicos e do avanço tecnológico, os jovens voltaram a ler e escrever. Com WhatsApp, Twitter e Facebook, usar o telefone para fazer ligações virou, segundo o estudioso, hábito das gerações antigas.

O evento, organizado pela rede de escolas católicas, marcou o lançamento do Sistema Marista de Educação em Brasília (SME). Por meio do tema “Gestão de sala de aula, disciplina e resultado acadêmico”, Cortella alertou os educadores para a necessidade de estar atento às mudanças e adequar o conhecimento à realidade dos alunos: “O estudante que ingressou na universidade neste ano, provavelmente, não conheceu Ayrton Senna, Mamomas Assassinas… O atentado às Torres Gêmeas, em Nova York, que para todos nós é memória, para eles é história”.

Durante a palestra, o filósofo também mencionou que atual geração não tem ideia do que é esforço. Segundo ele, os “pais estão criando pessoas fracas”. Cortella argumentou que são poucos os meninos de 20 anos que já lavaram uma louça ou que saibam, de fato, se locomover em transportes públicos.

Em entrevista ao Metrópoles, o escritor disse que para a formação integral do alunos, as escolas precisam se apoiar em três pilares fundamentais. Garantir uma sólida base científica, desenvolver a formação da cidadania dos estudantes baseada em valores éticos e fortalecer a ação de solidariedade. Cortella também comentou assuntos relacionados à educação na capital.

Para ele, iniciativas recentes do Governo do Distrito Federal de aumentar vagas em entidades filantrópicas para atender o público que necessita das creches públicas precisam ser implementadas com cautela. “Países que passaram a privatizar setores da educação, como Chile, apresentaram um sucesso apenas momentâneo e o que se observou com o tempo foi um completo abandono”, finaliza.

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