metropoles.com

Solidez fiscal do DF desaba em 2016, revela ranking de competitividade

A nota geral no quesito que indica a qualidade de gestão das contas públicas caiu de 88,2, em 2015, para 39,7 este ano — uma redução de 54,98%. No mesmo período, a média dos demais estados se manteve em 51,2

atualizado

Compartilhar notícia

Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Ranking de Competitividade dos Estados divulgado nesta semana revela que, embora o Distrito Federal tenha se mantido estável em nove dos 10 pilares analisados, em um deles a retração foi expressiva. A solidez fiscal, que indica a qualidade de gestão das contas públicas da capital federal, desabou na passagem de 2015 para 2016. A nota geral nesse quesito caiu de 88,2, em 2015, para 39,7 em 2016 — uma redução de 54,98%. A nota fica muito abaixo da média nacional, que é de 51,2. Com essa baixa, o DF ficou no 19º lugar entre as 27 unidades federativas do país.

CLP/Reprodução

O estudo, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a The Economist Intelligence Unit e a Consultoria Tendências, avalia 10 quesitos: potencial de mercado, sustentabilidade ambiental, inovação, eficiência da máquina, segurança pública, sustentabilidade social, educação, capital humano e infraestrutura, além da solidez fiscal. Na análise global, que leva em conta todos esses campos, o DF manteve, este ano, a mesma 4ª colocação de 2015.

CLP/Reprodução

Cada um dos pilares é composto por uma série de indicadores. No caso da solidez fiscal, o cálculo do índice leva em consideração seis quesitos: autonomia fiscal, capacidade de investimento, resultado nominal, resultado primário, solvência fiscal e sucesso da execução orçamentária. A maior queda registrada foi na autonomia fiscal, cuja nota caiu de 85,2 para 63,7, rebaixando o DF da 5ª para a 19ª posição entre os estados.

Outro quesito que também registrou forte queda foi a capacidade de investimento do GDF na gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), cuja nota foi de 22,2 — que já era baixa — para apenas 10. Dessa forma, a posição do DF caiu quatro posições neste quesito, indo do 21º lugar para a antepenúltima posição entre todas as unidades da Federação: 25º.

A nota atribuída ao resultado nominal do governo, que mede a diferença entre o que foi arrecadado e o que foi realmente gasto, caiu de 55,7 para 50,5, levando o DF da 9ª para a 10ª posição. Já a solvência fiscal também mostrou queda — de 95,3 para 92,6, passando da 3ª para a 4ª posição.

O único quesito que teve melhora foi a execução orçamentária, em que a nota evoluiu de 34,7 para 40,4. Ainda assim, o DF se manteve na mesma posição do ano passado: 23º. O quesito resultado primário ficou zerado neste ano, assim como no ano passado. Essa situação, segundo o CLP, ocorre quando o instituto não tem os dados da área.

Dívidas
A assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda informou que, para fazer qualquer comentário sobre o assunto, teria de conhecer em profundidade o ranking, o que não é o caso. A pasta destacou, no entanto, que em 2015 foram reconhecidas dívidas anteriores a 2014, o que poderia ter impactado o aspecto fiscal do governo.

Além disso, a secretaria informou que houve o fim da contabilização da folha de pagamento dos servidores da administração pública referente a dezembro no orçamento do exercício seguinte.

“Somente esses dois fatores representaram um déficit orçamentário para 2015 de mais de R$ 2,4 bilhões, influenciando efetivamente o cenário fiscal para o período”, afirmou a pasta, por meio de nota.

Cinto apertado
A situação do estudo reflete a dificuldade financeira pela qual o DF passa, agravada pelo cenário nacional de recessão. O momento é ainda mais delicado porque o Palácio do Buriti tem duas semanas para honrar o compromisso de reajustar os vencimentos do funcionalismo público local.

O pagamento se refere à última parcela de um aumento salarial concedido ainda no governo de Agnelo Queiroz (PT) e adiado por Rodrigo Rollemberg (PSB) devido a dificuldades financeiras. O impacto nas contas do Executivo será de R$ 100 milhões por mês.

Se os salários não caírem com o reajuste nas contas-correntes dos servidores no 5º dia útil de outubro, deve ser deflagrada uma nova onda de greves no DF, como as que paralisaram a capital federal no último trimestre de 2015.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?