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Prepare o bolso. Reajuste nos preços do material escolar pode chegar a 30% no DF

Produtos importados terão o maior aumento. Novos valores entram em vigor no início de 2016. Pais devem ficar atentos aos itens solicitados em listas de escolas

atualizado

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Marcos Santos/USP Imagens
comércio livros contas
1 de 1 comércio livros contas - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A vida não está fácil para quem tem filhos na escola. Não bastasse o reajuste da mensalidade escolar (14% em média), a lista de material também vai pesar no bolso. Quem deixar para ir às compras a partir de janeiro pagará mais caro pelos produtos. Entre os itens nacionais, o reajuste será de até 20%. Já nos importados, responsáveis por metade das vendas, o aumento será maior: 30%. Valores bem acima da inflação que deve fechar o ano entre 9% e 10%.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindipel-DF), a alta do dólar é responsável pelo aumento de preços dos importados. Já entre os nacionais, vale a tradição dos reajustes sempre ficarem acima da inflação. Qualquer que seja a justificativa, o fato é que cadernos, lápis, borrachas, canetas, mochilas e lancheiras vão custar mais.

“A gente tem orientado os pais a comprarem o material até o início de dezembro para que evitem o reajuste nacional”, informa José Aparecido Freire, presidente do Sindipel-DF. “Os preços vão aumentar com certeza, é só uma questão de tempo. Os produtos já sofreram o reajuste anual, em julho, quando subiram em torno de 10%. Fica impossível não repassar o aumento para os clientes”, explica.

Assim como os itens de papelaria, os livros didáticos já sofreram um reajuste anual, entre agosto e setembro deste ano. O aumento também ficou na faixa de 10%, índice equivalente ao da inflação. No entanto, os valores para o próximo ano continuam uma incógnita para o setor. “Como todos os produtos de impressão gráfica são importados, acredito que os livros também tenham aumento”, prevê Freire, presidente do Sinpel-DF.

Pais se preparam
A expectativa dos pais é a pior possível. “Este ano estamos esperando reajustes até 40% de aumento”, afirma Luis Claudio Megiorin, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF).

De acordo com ele, é importante que os pais fiquem atentos aos materiais que os colégios incluem nas listas para o ano letivo. Megiorion destaca que a questão principal é o que pode ou não ser solicitado. “A composição das listas pode significar um gasto além do necessário para os pais”, explica.

A Lei 9.870, de 1999, proíbe que as escolas cobrem dos estudantes materiais de uso coletivo. “Então, se os pais observarem essa questão, vão ter uma surpresa com os gastos. Se ficarem atentos, podem economizar de 30% a 40% com material escolar”, acredita o presidente da Aspa-DF.

legenda *Caroline Bchara/Metrópoles**
Solange Gonçalves: “Está tudo muito caro” *Caroline Bchara/Metrópoles**

 

Solange Gonçalves, 38 anos, é mãe e professora de educação infantil. Ela conta que sentiu bastante os aumentos dos últimos anos. “Meu filho ainda está na creche, mas quando fiz o orçamento da lista de materiais para o ano passado, fiquei assustadíssima”, relata. “É tudo muito caro, até os meninos que estudam na escola onde eu trabalho estão começando a levar menos itens para a sala de aula”, completa.

Reajuste abusivo
Professor da Faculdade de Finanças, Economia e Contabilidade da Universidade de Brasília (Face-UnB), José Carneiro acredita que reajustes nesse percentual são um exagero por parte da indústria nacional. “O aumento do dólar força uma alta nos produtos internacionais e reduz a competição interna. Então, os produtores locais se aproveitam da situação para recompor a margem de lucro e jogam os preços lá para cima”, explica.

Esse período é muito importante para o setor, já que uma parte considerável do lucro dessas empresas se dá na época de volta às aulas. O preço do lápis, por exemplo, é elevado de uma forma que torna-se impossível manter durante o restante ano. Então aproveitam esta janela para abusar dos valores

José Carneiro, economista

Dicas
O economista afirma ainda que a principal dica é pesquisar bastante antes de comprar os materiais. “As famílias devem se organizar para que parte do 13º salário sirva para fazer frente às despesas com itens escolares”. Outra orientação importante é pesquisar antes de comprar. Muitas vezes a diferença entre os preços de um mesmo produto chega a 500%.

os especialistas também recomendam que, na hora de ir às papelarias e livrarias, os pais deixem os filhos em casa, principalmente os pequenos, que sempre querem os cadernos e mochilas da moda, geralmente os mais caros.

Outra recomendação é evitar os produtos de marca. Os genéricos têm boa qualidade e são bem mais em conta. Por fim, vale sempre lembrar que os sebos de livros usados são uma opção interessante. Os pais podem vender os livros do ano atual dos filhos e economizar também na troca dos novos.

 

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