metropoles.com

Preço dos combustíveis deve abaixar a partir de quarta, diz sindicato

Segundo Daniel Costa, dirigente do Sindicombustíveis-DF, redução deve ser repassada aos consumidores caso preço menor chegue aos postos

atualizado

Compartilhar notícia

Ricardo Botelho/Especial Metrópoles
posto de combustível, preços
1 de 1 posto de combustível, preços - Foto: Ricardo Botelho/Especial Metrópoles

Após um aumento que chegou a R$ 1,05 por litro na semana passada, o preço dos combustíveis deve começar a abaixar a partir da quarta-feira (26/7). Essa é a expectativa do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF), Daniel Costa.

O motivo para a possível redução é a decisão proferida pelo juiz substituto Renato Borelli, da 20ª Vara Federal de Brasília, nesta terça-feira (25). Na determinação, o magistrado suspendeu os efeitos do decreto federal que reajustou as alíquotas dos impostos PIS/Cofins cobradas sobre a gasolina, o diesel e o etanol.

A informação foi repassada pelo presidente do Sindicombustíveis-DF em coletiva de imprensa nesta terça. Geralmente, a entidade se recusa a comentar a política de preços praticada pelos postos da capital. No entanto, desta vez decidiu tomar um posicionamento crítico ao aumento de impostos ordenado pelo governo do presidente Michel Temer.

“Os postos não aceitam e não concordam com nenhuma dessas atitudes de aumento de impostos e repasse aos consumidores. A gente vê que o governo federal atualmente é incompetente para resolver os problemas internos do país e o único meio que estão encontrando é subir impostos e penalizar toda a sociedade, que já está sendo sacrificada com os problemas enfrentados pelo país”, afirmou Daniel Costa.

Ainda de acordo com o dirigente, há uma razão para que as altas de preços sejam repassadas mais rapidamente aos consumidores que as reduções: “Quando a imprensa divulga que vai haver um aumento nos preços, a atitude imediata do motorista é correr aos postos para aproveitar o valor antigo. Assim, os estoques se encerram em pouco tempo. Já quando uma redução é anunciada, os consumidores aguardam para encontrar preços mais baixos e o empresário geralmente tem prejuízo”.

Daniel Costa, no entanto, garante que caso a decisão judicial seja respeitada pelas refinarias e os combustíveis cheguem a um custo mais baixo aos postos, a medida será repassada aos consumidores o mais rápido possível. “Não tem como esperar. Se você mantém o preço alto, ninguém compra o produto. A expectativa é de que os empresários baixem os valores mesmo com prejuízo”, finaliza.

0

Até a tarde desta terça-feira (25), os postos do DF ainda praticavam os preços mais altos. Em um estabelecimento na 203 Sul, por exemplo, a gasolina comum, que estava em promoção, saía a R$ 3,719 para pagamento em dinheiro ou cartão de débito, e a R$ 3,819 em cartão de crédito. A gasolina aditivada era vendida a R$ 3,919.

Apesar da decisão judicial que beneficia o consumidor, nem todos estão convencidos. Para o economista aposentado Alfredo Paranhos, independente da suspensão do reajuste de impostos, a carga tributária brasileira ainda é muito alta: “O grande problema do Brasil é maior que isso. Não há de ser um aumento no preço dos combustíveis que vai mudar nossa realidade”, afirma.

No posto Shell da QD 2 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), os preços também estavam altos. De acordo com um funcionário que não quis se identificar, o movimento de clientes no local reduziu. “O preço aumentou quase R$ 1 em menos de uma semana”.

Reajuste de impostos
Na última quinta-feira (20/7), a alíquota do PIS/Cofins para a gasolina mais que dobrou, passando dos atuais R$ 0,3816 por litro para R$ 0,7925 por litro. A estimativa de arrecadação com o aumento é de R$ 5,191 bilhões até o fim do ano. As medidas anunciadas pretendem ajudar o governo a reduzir um rombo de R$ 139 bilhões na meta fiscal deste ano.

 

Compartilhar notícia