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CVV recebe 1 mil pedidos de socorro por mês no Distrito Federal

O Centro de Valorização da Vida atende 33 pessoas por dia na capital do país. Caso de ex-estudante da UnB chama a atenção para a doença

atualizado

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depressão suicídio
1 de 1 depressão suicídio - Foto: ISTOCK

O caso da ex-estudante de direito da Universidade de Brasília (UnB) Ariadne Wojcik, encontrada morta na Chapada dos Guimarães (MT) na semana passada, reacendeu as discussões sobre a depressão profunda. Segundo a polícia, o psiquiatra da moça afirmou que, aos 25 anos, a jovem sofria com a doença, que dá sinais claros, como tristeza profunda e isolamento.

O problema é tão grave e comum que, a cada mês, em média, 1 mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Entre os estudiosos e a própria organização, existe um consenso de que 90% desses casos podem ser evitados.

Tirar a própria vida seria o último estágio da depressão e é uma das principais hipóteses investigadas pela polícia no caso de Ariadne. Antes de se jogar do mirante da Chapada dos Guimarães, ela deixou uma mensagem no Facebook em que acusou um procurador do DF de assédio no trabalho. O homem nega as acusações.

Facebook/Reprodução
O corpo de Ariadne foi encontrado em 9 de novembro, na Chapada dos Guimarães

 

O apoio da família e de amigos é fundamental para ajudar quem passa por um problema semelhante ao de Ariadne. “Muitas vezes, a pessoa não terá a disposição de se tratar. A família pode tentar conversar e, principalmente, procurar ajuda. De terapeutas, médicos. É como se a angústia vivida fosse uma panela de pressão, pronta para explodir”, afirmou a voluntária do CVV, que se identificou como Leila.

Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília no qual se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa. O número para conseguir ajuda é o 141. “No Brasil, somos 2 mil pessoas, temos cerca de 70 postos de atendimento. A pessoa pode entrar em contato pelo telefone, e-mail, skype, pelo site. O importante é que ela não fique sozinha”, diz Leila.

Há quatro meses, o CVV começou ainda um trabalho similar ao prestado pelo Alcoólicos Anônimos (AA). Encontros totalmente sigilosos são realizados na Escola Parque da 303/304 Norte para que um sobrevivente do suicídio ou parente, alguém que sofre de depressão ou passou por sofrimento similar possa contar um pouco da experiência, desabafar.

O único atendimento de emergência 24 horas de Brasília pela rede pública é no Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga. O psiquiatra Raphael Boechat, professor da Universidade de Brasília (UnB), ressalta que a depressão tem muitos sintomas. Além disso, destaca que o acompanhamento e o diagnóstico de um profissional são essenciais.

“Cidades grandes geralmente têm vários pontos de atendimento de emergência. Público, Brasília só tem o São Vicente. Para fazer os exames, ter um diagnóstico, o que é preconizado mundialmente é procurar um psiquiatra”, pontua o psiquiatra.

Infografia/Metrópoles

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