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Trânsito ruim. Filas nos hospitais. Greve enrolla o dia do brasiliense

Várias vias do DF ficaram congestionadas e unidades de saúde tiveram o atendimento comprometido. Acompanhe

atualizado

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Michael Mello/Metrópoles
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1 de 1 240915MM_buritiparageral2004-(1)-900-nova - Foto: Michael Mello/Metrópoles

Pelo menos 32 categorias de servidores públicos do DF resolveram cruzar os braços nesta quinta-feira (24/9) e protestar contra o adiamento do reajuste salarial previsto para este mês. A adesão à greve geral de 24 horas, no entanto, foi parcial. Acompanhe aqui no Metrópoles as últimas informações sobre o movimento e como ele está afetando a vida dos brasilienses:

Câmara Legislativa

A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), combinou que receberá os representantes dos sindicatos nas próxima terça-feira (29/9), durante a reunião dos líderes. Ela saiu do plenário da Casa para conversar com os manifestantes que estão do lado de fora da Câmara.

A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), saiu da Casa para conversar com representantes dos manifestantes
A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), saiu da Casa para conversar com representantes dos manifestantes
Manifestantes tentam assistir ao que acontece no plenário
Manifestantes tentam assistir ao que acontece no plenário

Assembleia no Buriti
Na praça em frente ao Palácio do Buriti, os servidores se reuniram cedo para a assembleia. Pelo menos 3 mil pessoas ocupam o local, segundo estimativas da PM. Por volta das 12h50, os manifestantes ocuparam todas as faixas dos dois sentidos do Eixo Monumental, causando um nó no trânsito. Meia hora depois, eles liberaram a via N1 e marcharam rumo à Câmara Legislativa. A presidente da Casa, Celina Leão, afirmou que receberia representantes das categorias para um diálogo. Às 14h15 o trânsito foi totalmente liberado.

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*Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles**
*Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles**

Rollemberg pede ajuda à Dilma

A assessoria do governador Rodrigo Rollemberg afirmou nesta quinta-feira (24/9) que ele irá até o Palácio do Planalto na próxima quarta-feira (30/9) tentar negociar, junto com outros membros do PSB, o repasse do dinheiro referente ao Fundo Constitucional do DF.

Reunião em clima de tensão
O secretário de Relações Institucionais e Sociais do GDF, Marcos Dantas, se reuniu, por volta das 11h, com pelo menos 20 representantes de sindicatos no Buriti. O encontro foi marcado por tensão. “Dinheiro não dá em árvore“, disse Dantas, encerrando o encontro. “Se ocupar vias desse dinheiro, as ocuparia durante um mês”, afirmou. Coube ao chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, tentar apaziguar os ânimos. Ele afirmou que entende a frustração das categorias, pois uma lei foi aprovada concedendo os reajustes. “Mas não houve dotação orçamentária”, afirmou.

*Rafaela Lima/Metrópoles**

Dantas garantiu que o pagamento dos salários de setembro, depositados até o 5º dia útil de outubro, está confirmado. Quanto aos reajustes, explicou que há um empenho do GDF em aumentar as receitas para viabilizar o pagamento. Porém, não existe ainda uma data prevista.

*Foto: Michael Melo/Divulgação**

 

Essas medidas foram adotadas pelo GDF que alega estar com um rombo de R$ 5,25 bilhões em suas contas. Como já ultrapassou o limite permitido de comprometimento da folha de pessoal com suas receitas, infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo está impedido de conceder qualquer aumento salarial neste momento.

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Protesto

Por volta das 10h, aproximadamente 400 pessoas ligadas as SindSaúde fecharam três faixas do Eixo Monumento, em frente à Câmara Legislativa. Com um carro de som, eles caminharam na via N1 e entoaram palavras de protesto. Eles se reuniram com outros manifestantes que estavam em frente ao Buriti e liberaram a via 30 minutos depois.

*Foto: Mirelle Pinheiro/Metrópoles**
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Metrô
O trens do metrô funcionou normalmente durante a manhã. Apenas um dos 24 vagões não circulou. No início da manhã, duas estações, uma na Asa Sul e outra em Samambaia Sul, tiveram problemas por falta de funcionários, mas foram reabertas. O movimento, porém, é pequeno.

O Sindicato dos Metroviários (SindMetro) reconheceu que a adesão da categoria foi pequena. “Os servidores, por conta própria, decidiram que não era melhor participar do movimento agora”, tentou explicar Quintino Santos Sousa, um dos diretores da entidade. De acordo com ele, muitos funcionários vão esperar sair o pagamento deste mês para decidir se entram ou não de greve em outubro.

Trânsito
Como os servidores prometeram parar o sistema, muitos brasilienses que utilizam o metrô tiraram o carro da garagem. O resultado é que as principais vias de acesso ao centro de Brasília estão engarrafadas. Principalmente a Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e a Estrutural.

*Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles**
*Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles**

Na Estrutural, no fim da inversão de faixas, o desvio feito na altura da antiga rodoferroviária pelo Batalhão de Trânsito, já que os servidores do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) aderiram à paralisação. A medida causou um engarrafamento de mais de cinco quilômetros e a velocidade máxima não passou de 10km. Na EPNB está intenso, mas flui normalmente. Já na EPGU e na Ponte do Bragueto o fluxo de veículos está normal.

O aplicativo Uber aproveitou a paralisação no DF para oferecer o serviço com desconto de 20%.

Escolas
Algumas escolas da rede pública estão funcionando, apesar de o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) ter afirmado que elas não abririam as portas. No Setor Leste, da 611 Sul, as aulas não foram suspensas. Apenas alguns professores aderiram à paralisação. O estudante Jaqueilkson Jackson, de 19 anos, disse que na quarta (23) os alunos foram informados sobre quais aulas teriam. Já no Gama, as próprias escolas divulgaram informes aos pais de que os colégios não funcionariam.

*Rafaela Felicciano/Metrópoles**
No Gama, as próprias escolas divulgaram informes sobre a paralisação

Rosilene Correa, diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), disse que toda a categoria foi convocada a parar. “O tamanho da adesão a gente só vai saber no fim do dia. Sempre tem algumas escolas que funcionam, porque nunca a adesão é de 100%”, destacou. Ela lamenta o fato de alguns servidores furarem a greve: “É uma pena… se tivéssemos a adesão de todo mundo o movimento seria mais forte”.

Hospitais
No Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) apenas dois servidores (dos nove) apareceram no início da manhã para trabalhar no setor de marcação de consulta. Os pacientes foram orientados a ficar do lado de fora. No Hospital Regional de Taguatinga (HRT) o atendimento também está precário.

 

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Pacientes esperam atendimento no Hospital de Base. Apenas dois dos nove servidores trabalham no setor de marcação de consultas*Rafaela Felicciano/Metrópoles**

 

No Hospital Regional da Asa Norte (HRan), os usuários relatam que também não estão sendo atendidos por falta de médicos. Nos hospitais, os funcionários que foram trabalhar estão avisando que os serviços serão suspensos ainda pela manhã, porque eles vão sair para participar da assembleia, marcada para as 10h, em frente ao Palácio do Buriti.

Por volta das 8h50, integrantes do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde) começaram a circular pelos hospitais e os serviços que estavam funcionando foram suspensos e que ficariam fechados até que terminasse a assembleia.

Na Hora
O Na Hora da rodoviária do Plano Piloto está funcionando desde as 7h30 com o quadro de funcionários reduzido. Segundo o Alexandre Oliveira, gerente da unidade, o serviço nas outras regiões administrativas não foi 100% interrompido e segue o mesmo modo operacional. Com a divulgação de que o Na Hora não iria funcionar, muitas pessoas deixaram de comparecer aos estabelecimentos, com isso, mesmo com o quadro reduzido, o tempo de espera é relativamente o mesmo dos dias normais.

Aguardem mais informações

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