Cespe já era investigado por fraude em concurso para delegado

Alvo de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (21/8), a entidade vem sendo monitorada pelas polícias do DF e de Goiás

Ian Ferraz
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O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção de Promoção de Eventos (Cebraspe), antigo Cespe, foi alvo de busca e apreensão na Operação Panoptes, que investiga fraudes em concursos públicos realizados no Distrito Federal há pelo menos uma década.

Em junho deste ano, um certame da instituição foi suspenso por suspeita de fraude. A seleção para delegado da Polícia Civil do Estado do Goiás (PCGO) está sendo investigada pelo Ministério Público de Goiás e pode ser anulada.

Em março, durante a aplicação da segunda etapa das provas, cinco pessoas suspeitas de fraudar o concurso foram presas. No decorrer das investigações, a polícia descobriu como funcionava o esquema de venda de vagas, que chegavam a custar R$ 349 mil. Duas pessoas eram responsáveis por aliciar e encontrar interessados no esquema.

Costumavam ir em cursos preparatórios no Distrito Federal e Entorno, região com grande número de concurseiros, para conquistar candidatos. O esquema é semelhante ao divulgado nesta segunda-feira (21/8) pelos policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) em que Hélio Ortiz e outras três pessoas atuavam.

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Hélio Ortiz é apontado como chefe da Máfia dos Concursos
Bruno Ortiz, filho de Helio, preso no dia 21 de agosto
Operação para deter a Máfia dos Concursos
Helio Ortiz é um velho conhecido da polícia. Ele foi preso em 2005 e em 2009
Ortiz foi preso em casa, na QE 15 do Guará II
Dez escrivães, 25 delegados e 150 agentes, incluindo grupo de operações especiais e helicóptero, participaram da operação
Equipes da PCDF chegam ao Cebraspe/Cespe, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão
Movimento intenso no Cebraspe/Cespe
São investigados concursos realizados nos últimos cinco anos

Em nota, o Cespe/Cebraspe informou “que está acompanhando a investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), fornecendo todo o apoio necessário à investigação e é o maior interessado em esclarecer os fatos”.

Delegado da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Brunno Ornelas disse que não há uma instituição sequer que esteja isenta de fraudes. Ele suspeita também que o grupo com atuação no DF se espalhou pelo país.

“Atuavam em Brasília, em alguns concursos nacionais. Não identificamos o número exato, mas há uma série de organizações no Brasil. Em todos os estados existe pelo menos uma”, aponta Ornelas.

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