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Quem foi Nilson Nelson? Entenda os nomes que batizam os espaços do DF

Numa rede social, quando postava sobre o mito Cacilda Becker, um internauta perguntou-me: Quase meio século depois da morte da grande atriz moderna do teatro brasileiro, a memória de Cacilda Becker se enfraquece frente às novas gerações. Em parte, porque não temos um sistema de educação eficaz para colocar essas “lembranças” em movimento. Por isso, […]

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Numa rede social, quando postava sobre o mito Cacilda Becker, um internauta perguntou-me:

Nossa, nunca pensei que Cacilda Becker tivesse sido uma pessoa. Pra mim, Cacilda é o nome de um teatro

Quase meio século depois da morte da grande atriz moderna do teatro brasileiro, a memória de Cacilda Becker se enfraquece frente às novas gerações. Em parte, porque não temos um sistema de educação eficaz para colocar essas “lembranças” em movimento. Por isso, é tão importante batizam edificações, ruas, viadutos e espaços culturais com nomes que marcaram uma época.

Será que sabemos quem foi Nilson Nelson, que batiza o ginásio badalado por shows ou Yara Amaral, que consagra o espaço teatral do Sesi em Taguatinga?

Metrópoles selecionou 10 espaços do DF e mostramos quem são as pessoas que os nomeiam

Ginásio Nilson Nelson – Havia pouco tempo que o jornalista tinha comemorado 25 anos de crônica esportiva, quando sofreu um ataque cardíaco e morreu aos 49 anos, em 1987. A morte comoveu Brasília, já que Nilson era muito popular. Nascido em Rio Grande (RS), chegou a ser presidente da Associação Brasiliense de Cronistas Esportivos. Veio para Brasília em 1963 e fez um trabalho em prol do esporte amador. A nomeação do equipamento cultural e esportivo foi um alívio porque Nilson Nelson substituiu o incômodo nome anterior: o do ditador Médici.

Teatro Yara Amaral (Sesi Taguatinga) – Uma das maiores atrizes do teatro, cinema e televisão morreu aos 52 anos, na tragédia do Bateau Mouche, na noite de réveillon de 1989, na Baia de Guanabara. Paulistana, Yara está na base da formação do teatro político brasileiro. Atuou no Teatro de Arena e Teatro Oficina, nos anos 1960 e construiu uma trajetória marcada pelo primor do repertório em todas as linguagens. Morreu no auge da carreira.

Teatro Nacional Claudio Santoro – O compositor e maestro fundou o Departamento de Música da Universidade de Brasília, em 1962, e enfrentou o desmanche da UnB pela ditadura militar, tendo que ser exilado na Alemanha, onde deu aula de regência na Escola Estatal Superior de Música de Mannheim. É o criador da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, que hoje leva seu nome. Morreu em 1989, após uma temporada de férias na Alemanha, e, ainda neste ano, batizou o teatro, que se encontra em reformas.

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Sala Levino de Alcântara (Escola de Música de Brasília) – Levino chegou em Brasília quando tudo era terra vermelha. Veio com um coral de 300 vozes para entreter os candangos nos canteiros de obra. Foi o fundador da Escola de Música de Brasília e do Madrigal de Brasília, antigo coral da Rádio Educadora. É pioneiro das cantatas de Natal feitas na cidade. Em 1963, há registro que ele reuniu 800 pessoas na praça da 707/708 Sul para entoar hinos como “Noite Feliz”. Era discípulo de Heitor Villa-Lobos, com quem estudou. Morreu em 2014.

Teatro Newton Rossi (Sesc Ceilândia) – Jornalista e poeta mineiro de Ouro Fino era amigo de Juscelino Kubitschek, que o trouxe para Brasília ainda na construção. Em Brasília, fundou a Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio), presidindo por 24 anos, de 1970 a 1994. É também o fundador da Casa D´Itália, que sedia o Teatro Goldoni. Morreu em 2007.

Sala Alberto Nepomuceno (Teatro Nacional) – Um dos primeiros compositores a pôr letras em composições brasileiras. Observava o cotidiano das cidades para se inspirar e buscava uma música que fosse erudita, artística e brasileira. É autor de obras que atravessam o tempo como a ópera “Ártemis” a sinfonias “Alvorada na Serra”. Morreu em 1920.

Teatro Paulo Gracindo (Sesc Gama) – Um dos grandes atores do rádio, teatro, cinema e televisão, Paulo Gracindo migrou de Maceió para o Rio de Janeiro na década de 1950, tornando-se um dos grandes nomes da rádio, no qual protagonizou o megassucesso “O Direito de Nascer”, como o galã Alberto Limonta. Com porte de galã, não demorou para entrar no teatro, no cinema e na tevê. É criador de tipos inesquecíveis como Odorico Paraguaçu, personagem criado por Dias Gomes para “O Bem Amado”.  Morreu em 1995.

Galeria Fayga Ostrower (Complexo Funarte) – A polonesa Fayga Ostrower chegou ao Rio de Janeiro em 1934 e estudou artes gráficas com Tomás Santa Rosa. Tornou-se uma das principais gravuristas do país, com uma intensa produção intelectual sobre arte. Morreu em 2001.

Sala Martins Pena (Teatro Nacional) – O dramaturgo trouxe os tipos das ruas para o palco, fundando no Brasil a comédia de costumes. Deu sotaque nacional ao teatro brasileiro do século XIX tão sufocado pelos textos importados. Obras como “O Juiz de Paz da Roça”,  “O Noviço” e “As Desgraças de uma Criança” são montadas até os dias de hoje. Morreu em 1848. Foi o primeiro espaço inaugurado no Teatro Nacional.

Galeria Rubem Valentim – Artista plástico que tem forte presença em Brasília, tendo sido professor da UnB. Ajudou a modernizar a arte visual no país. Possui obras espalhadas pelo mundo. Muitas são reconhecidas pelas “bandeirinhas”. Em Brasília, são famosos seus murais, como o da sede da Novacap.

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