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Por que você deveria estar assistindo “Malhação – Viva a diferença”

Este ano, o programa está de cara nova. A pauta é a mesma das redes sociais e trata temas mais próximos aos jovens

atualizado

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Malhação – Viva a Diferença
1 de 1 Malhação – Viva a Diferença - Foto: Divulgação

“Malhação – Viva a diferença” foi uma feliz surpresa em 2017. Com o roteiro de Cao Hamburger (“O Ano em que Meus Pais Voltaram de Férias”), a série inovou e trouxe muitas discussões importantes para a TV. Já era hora: na 25ª temporada, a atração precisava mesmo de novos ares. Você não está vendo? Pois deveria!

Neste ano, nada das tradicionais tramas do programa, com um casal principal, um triângulo amoroso, vilões e mocinhos. Desta vez, cinco garotas ocupam o espaço de destaque e, diariamente, dão lições sobre tolerância, respeito e diversidade.

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A história acompanha um grupo de amigas que se conheceram durante um apagão, no metrô de São Paulo. Essa, inclusive, é uma das mudanças da nova temporada: pela primeira vez “Malhação” é ambientada em uma cidade real e é possível ver referências à capital paulista em todas as cenas.

As garotas são um show à parte. Sem moralismos, a atração já conseguiu, através das personagens bem construídas de Cao, trazer luz a debates importantes. Keyla, por exemplo, é uma adolescente grávida que precisa conciliar os estudos, os problemas com a aparência e o peso, além da maternidade.

Ellen, por sua vez, é uma garota negra da periferia. A personagem levanta discussões sobre preconceito social, racismo e machismo. Aluna dedicada, profunda conhecedora de tecnologia, ela sofre com os garotos que não aceitam uma menina manjar muito de programação, apenas por ser mulher.

Ao que tudo indica, temos até uma personagem com síndrome do espectro autista. A Benê não consegue entender sentidos figurados, não distingue emoções e não gosta de abraços. Enquanto os outros a chamam de “esquisita”, as amigas e a família entendem que ela é única.

Lica traz a voz da mulher independente, decidida, militante, engajada e forte. Ela não aceita que homem nenhum mande nela. Fica com quem quiser e não aceita ser criticada por isso. Ela até já teve um relacionamento poliamoroso. Na TV aberta. No horário da “Malhação”. Sim, as coisas mudaram.

Tina é descendente de japoneses e tem uma mãe extremamente exigente e tradicional. Ela contraria a família, que gostaria que ela fizesse medicina e se casasse com um oriental, ao namorar o irmão de Ellen, um motoboy, e se envolver com música. Aliás, a trilha sonora também é destaque nesta edição. Temos Karol Conka, Mc Guimê, OneRepublic, Ana Vilela e The Cure.

Os atores mais velhos, que sempre ajudam a guiar a nova geração de artistas da Globo, também carregam mensagens importantes.

Mas não é só isso. “Malhação” sempre teve um papel formador do público jovem, ajudando na conscientização. Desta vez, veio o combo completo. Sem infantilizar o público, as cenas mostram sexo seguro, as garotas reforçam que “não é não”, e que cada um tem seu tempo e isso deve ser respeitado. De fato, viva as diferenças.

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