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As cinebiografias no Brasil: homenagens ou imitações?

“João, o Maestro” estreia nesta quinta-feira (17/8) e engrossa a extensa lista de filmes inspirados em personalidades

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Globo Filmes/Divulgação
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1 de 1 joão carlos martins joao-o-maestro-alexandre-nero - Foto: Globo Filmes/Divulgação

O cinema brasileiro comercial – quase um sinônimo do modelo Globo Filmes de produção – costuma se apoiar na força das comédias românticas para continuar atraindo pessoas aos cinemas. Em paralelo a hits (e franquias) como “Minha Mãe É uma Peça”, há uma outra seara que também nutre o interesse de produtores e plateias: as cinebiografias baseadas em personalidades nacionais.

“João, o Maestro”, em que Rodrigo Pandolfo e Alexandre Nero interpretam o regente João Carlos Martins em dois momentos da vida do pianista, estreia nesta quinta-feira (17/8) para engrossar uma extensa lista de cinebios. Cada novidade reforça a sensação de que não estamos diante de uma tendência, mas de uma indústria de biografias.

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Não por acaso, várias delas invariavelmente são repartidas em forma de minissérie na Globo, como “Mais Forte que o Mundo” (2016), com José Loreto na pele do lutador do UFC José Aldo, e “Tim Maia” (2014), em que Babu Santana encarnou o nosso maior soulman.

Uma semana após a chegada de “João, o Maestro”, “Bingo – O Rei das Manhãs” (24 de agosto) promete entregar uma história para maiores do palhaço Bozo, astro da TV brasileira nos anos 1980. Dentro de um cinema sem tantas intenções populistas, 2017 também recebeu “Joaquim”, filme de Marcelo Gomes sobre o surgimento do revolucionário Tiradentes.

Como faixa bônus, ainda temos “Pelé: O Nascimento de uma Lenda” (7 de setembro), cinebio americana sobre o craque da bola e que conta com nomes nacionais no elenco (Rodrigo Santoro, André Mattos, Seu Jorge e outros).

Até que ponto a proposta de homenagear uma estrela não se torna uma mera imitação? E quando a biografia cai nas raias da mera hagiografia? Por essas e outras perguntas, é mais fácil encontrar bons avatares e interpretações do que grande cinema nas tais cinebios.

Sobram exemplos de toda sorte. De “Chatô – O Rei do Brasil” (2015), o febril filme de Guilherme Fontes metido num limbo de vinte anos entre produção e estreia por imbróglios financeiros e judiciais, a retratos cronológicos como “Elis” (2016), em que a performance de Andreia Horta é punida por um roteiro excessivamente factual.

Se estendermos um pouco mais o conceito de biografia, encontramos até crônicas de perfil totalizante sobre o atual momento político. “Real – O Plano por Trás da História” se beneficiou da crise econômica para voltar aos anos 1990 e contar o surgimento da moeda.

Em 7 de setembro, “Polícia Federal – A Lei É para Todos” dramatiza a Lava Jato com especial atenção à condução coercitiva do presidente Lula, vivido por Ary Fontoura. Sintomático lembrar que, em 2009, o ex-presidente, então no segundo mandato, recebeu uma abordagem mítica no filme de origem “Lula, o Filho do Brasil”.

Os documentários: menos populares, mas frequentes
A forte identificação do cinema brasileiro com o documentário também se revela nos perfis de não ficção.

São quatro só em 2017: “Axé – Canto do Povo de um Lugar”, “Pitanga”, sobre o ator Antonio Pitanga, pai de Camila Pitanga, “O Jardim das Aflições”, dedicado ao filósofo conservador Olavo de Carvalho, e “Danado de Bom”, que conta a trajetória do compositor pernambucano João Leocádio da Silva.

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