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Como toda mãe, tenho minha lista de “pecados”

Gritar com as crianças, ameaçar na hora da comida… quem nunca?

atualizado

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1 de 1 mae11 - Foto: iStock

Pipocou na minha timeline esses dias o bingo da culpa materna/paterna, elaborado pelo blog Potencial Gestante. Foi engraçado ler ali um monte de “pecados” que todos os pais e mães cometem às vezes, mas daí eu me dei conta que muitos dos meus não ocorrem só de vez em quando.

Por exemplo:

– Eu grito com as crianças. Várias vezes, especialmente quando estou muito cansada e eles ficam serelepes, sem querer sossegar para dormir. “Vocês querem me enlouquecer?!?!?”, eu esbravejo. Miguel me pergunta: “por que você vai enlouquecer, mamãe?”. Enquanto isso, Solano me olha como quem diz: “já enlouqueceu, né, querida”. Sim, eu sei que é feio e que não ajuda em nada, mas acontece.

Eu faço de conta que não estou vendo alguma arte deles. Por exemplo, quando o mais velho está brincado com água no banheiro, derruba tudo e o bebê senta em cima e começa a se molhar inteiro. Penso: eu mesma terei que limpar, deixa eu me fazer de louca um pouquinho antes. Tipo, adiando o estresse.

– Eu dou biscoitos e doces para ter sossego. Essa semana, voltando de uma viagem de carro com as duas crianças, eu e meu marido demos biscoito maisena para o bebê de 10 meses – e não foi apenas um. Era a única coisa que o fazia parar de berrar. Foi tão eficiente que estamos considerando recorrer a esse artifício outras vezes.

– Eu fico feliz em sair de casa para trabalhar. Claro que sinto saudades dos meus filhos, de brincar com eles, de cuidar eu mesma de cada coisinha relacionada à vida deles, mas é tão legal sair e fazer coisas não ligadas ao universo infantil! Me sinto produtiva, de volta ao mundo “dos adultos”.

– Eu ameaço. Muito mais do que eu gostaria e sabendo que não dá para ficar no blefe o tempo inteiro, para não perder a credibilidade. “Se você não recolher esses brinquedos agora, eu vou jogar tudo no lixo” é uma das clássicas. Recentemente, depois de soltar essa, me obriguei a colocar as coisas em uma sacola e esconder, sustentando a minha promessa. Me senti uma canalha.

– Eu barganho. É bem ruim, eu sei, e eu já li especialistas em desenvolvimento infantil dizendo o quão pouco é eficaz (as crianças pequenas não têm maturidade para entender boa parte das relações de causa e consequência). Mas funciona, especialmente quando se trata de comida. “Bolacha só depois de comer a janta”. Quem nunca?

Como quase tudo na maternidade/paternidade, é sempre bom que cada um veja onde o sapato aperta, como cada coisa se encaixa na dinâmica familiar. Esses aí são os meus “deslizes”. Ainda estou lutando para aceitar e/ou mudar alguns deles. Mas sem sofrimento, que isso não ajuda ninguém. É ou não é?

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