Deputados “puxadores de votos” votaram contra “distritão”
Tiririca, Marco Feliciano e Bolsonaro se opuseram à proposta que modifica o sistema eleitoral para modelo a partir de votos absolutos
atualizado
Compartilhar notícia
Os deputados conhecidos como os “puxadores de votos” das últimas eleições votaram contra a proposta que alterava o sistema eleitoral para os modelos “distritão” e distrital misto. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi rejeitada terça-feira (19/9) pelo plenário da Câmara dos Deputados por um placar de 238 a 205. Entre os votos contrários, os dos parlamentares Tiririca (PR-SP), Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ), campeões nas urnas em 2014.
Pelo “distritão”, os parlamentares seriam eleitos apenas a partir do número de votos, sem interferência do desempenho do partido. No distrital misto, o eleitor votaria duas vezes: uma no seu candidato e outra em um político de uma lista fechada elaborada pelo partido. A proposta acabava com a figura do “puxador de votos”: candidato com alcance midiático que, com uma votação expressiva, eleva o número de vagas do partido ou da coligação.
No último pleito, Tiririca, Feliciano e Bolsonaro responderam juntos por 8,9% de todos os votos válidos para a Câmara e foram responsáveis pela eleição de candidatos da mesma coligação que não atingiram sozinhos o número necessário para ocupar uma cadeira na Casa. Em 2014, apenas 35 deputados foram eleitos sem a ajuda de outros políticos e do quociente eleitoral.Segundo mais votado do Brasil, Tiririca “puxou” outros cinco candidatos do PR em 2014. Bolsonaro, candidato (então pelo PP) com maior número de votos no Rio de Janeiro, ajudou a coligação PMDB/PP/PSC/PSD/PTB a eleger outros 17 nomes no estado. Já a votação expressiva do pastor Marco Feliciano elegeu o correligionário Gilberto Nascimento (PSC-SP). Candidato a deputado mais votado em 2014, o apresentador Celso Russomano (PRB-SP) esteve ausente durante a votação do “distritão”.