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Secretário de Cultura do DF no governo Abadia vai comandar o Arquivo Nacional

Candidato a deputado federal pelo DF e morador da capital há duas décadas, José Ricardo Marques substituirá Jaime Antunes, que passou os últimos 23 anos à frente do órgão responsável por reunir e divulgar documentos públicos

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1 de 1 riri - Foto: Reprodução/Facebook

Quatro presidentes comandaram o Brasil nos últimos 23 anos. Durante esse período, a direção do Arquivo Nacional ficou por conta de uma mesma pessoa, o arquivista Jaime Antunes, que chefiava o órgão desde 1992. Na manhã desta terça-feira (19/1), Antunes foi exonerado e no lugar dele assumirá o ex-secretário de Cultura do Distrito Federal José Ricardo Marques.

Morador de Brasília há 22 anos, Marques integrou o primeiro escalão do GDF durante o governo de Maria de Lourdes Abadia (PSDB). Candidato a deputado federal pelo PTB do DF em 2010, o novo diretor do Arquivo Nacional hoje milita junto ao PDT e reza pela cartilha da igreja evangélica. Seu padrinho na indicação para o novo cargo foi o deputado federal pelo PROS-DF e pastor evangélico Ronaldo Fonseca.

Fluminense de Nova Friburgo, Marques recebeu o título de cidadão honorário de Brasília em 2015. Na capital federal, ele circula bem no meio cultural e sempre esteve ligado ao ramo de empresas de tecnologia da informação. Em 2005, ainda era o representante da Aceco TI Ltda em Brasília, quando a empresa foi denunciada pelo Ministério Público Federal em uma ação de improbidade administrativa.

No processo, o MPF alegou que a Aceco teria conquistado um contrato de manutenção de ar-condicionado da sala-cofre do Senado Federal por meio de dispensa ilegal de licitação. A denúncia, na época, se estendeu para o hoje deputado distrital e então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia.

A Aceco ainda respondeu a ações junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas acabou absolvida das acusações. Marques trabalhou na Aceco até 2009 e depois montou sua própria empresa de identificação e comunicação visual, a Carplac.

Afastado das funções de administrador da Carplac, ele agora aguarda a publicação de seu nome no Diário Oficial da União para dar início aos trabalhos no Arquivo Nacional, órgão subordinado ao Ministério da Justiça que reúne, cataloga e divulga documentos do Poder Executivo, segundo determina a Lei n° 8.159/91.

José Ricardo Marques falou com a coluna Grande Angular sobre sua indicação.

Quais são seus planos para o Arquivo Nacional?
Quero que o arquivo tenha um perfil não no passivo monolítico centralizador, mas seja um agente ativo e provedor em conteúdo de informações em prol da eficácia dos serviços arquivísticos públicos no Brasil.

E o que isso significa na prática?
A ideia é implementar um programa de modernização da pesquisa a documentos públicos, com a adoção de tecnologia. Quero montar um portal de pesquisa da documentação pública que tenha uma certificação digital.

Que cenário espera encontrar no órgão dirigido pela mesma pessoa há mais de duas décadas?
Um cenário de grande desafio. Aceitei o convite por acreditar que a partir das minhas experiências nos mercados público e privado terei condições de corresponder às expectativas. Não é fácil substituir um homem com a história e a biografia do Jaime Antunes, mas considero que alternância e oxigenação são importantes em qualquer atividade.

O senhor era representante da Aceco quando a empresa foi acusada de pagar propina para conquistar um contrato no Senado. Respondeu por isso?
Trabalhei na Aceco por mais de 20 anos e nunca tive o meu nome envolvido em absolutamente nada. Na época, indiquei o advogado para atuar no caso e a empresa foi inocentada de todas as acusações.

 

Um pouco mais sobre o Arquivo Nacional
O Arquivo Nacional é um órgão subordinado ao Ministério da Justiça que guarda, preserva, dá acesso e divulga documentos públicos, em sua maior parte, produzidos pelo Poder Executivo Federal, bem como pelos Poderes Legislativo e Judiciário, além de documentos privados, de pessoas físicas e jurídicas. Esses arquivos estão abertos a todos os cidadãos que necessitam comprovar seus direitos e aos pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento que encontram na instituição fontes para a produção de trabalhos monográficos, dissertações, teses, filmes, livros, campanhas publicitárias, séries na TV. A instituição conta com documentos do século XVI ao XXI. Entre eles encontram-se artigos únicos, como a Lei Áurea e as Constituições Brasileiras.

Colaborou João Gabriel Amador

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