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Volkswagen é acionada pelo Ibama e anuncia recall para picape

Órgão cobra da montadora multa de R$ 50 milhões depois de concluir que ela burlou controle de emissões de poluentes. VW recorre da punição

atualizado

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Foto: Volks/Divulgação
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Exatamente um ano e meio após a descoberta do escândalo nos Estados Unidos, a Volkswagen anunciou no Brasil um recall para corrigir picapes do modelo Amarok equipadas com um dispositivo capaz de burlar controles de emissões de poluentes.

A montadora está convocando os proprietários da picape a agendar, em uma de suas concessionárias, a “substituição” gratuita do software presente na central de comando do motor que foi programado para reconhecer procedimentos de laboratórios e reduzir a poluição do veículo durante testes de emissões.

O serviço, que levará 30 minutos, será feito a partir de quarta-feira num total de 17 mil picapes – modelo 2011 e parte da linha 2012 – importadas da fábrica do grupo na Argentina.

No comunicado do recall, a montadora reafirma, porém, que o equipamento não altera os níveis de emissões das picapes comercializadas no mercado brasileiro.

O Ibama, responsável por fiscalizar se os carros vendidos no país seguem as normas de emissões, rebate a versão e cobra da fabricante uma multa de R$ 50 milhões – contra a qual a multinacional alemã apresentou no último dia 11 o segundo e último recurso possível no processo administrativo.

Uma investigação conduzida pelo órgão de proteção ambiental concluiu que a Volkswagen acionou o software para contornar a fiscalização brasileira.

Segundo o Ibama, novas medições mostraram que, quando estão em circulação nas ruas, as picapes equipadas com o dispositivo emitem 10% mais óxidos de nitrogênio do que o permitido.

A violação da legislação ambiental só não foi detectada nos testes feitos durante o processo de homologação do modelo porque, conforme o Ibama, o acionamento do dispositivo permitiu reduzir as emissões do contaminante atmosférico.

Os veículos envolvidos no recall foram montados entre 3 de dezembro de 2009 e 11 de novembro de 2011, com o mesmo motor a diesel produzido na Alemanha que foi alvo da investigação americana – no escândalo que ficou conhecido como “dieselgate”.

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