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Somos todas do lar: venha conhecer a casa de mulheres interessantes

Clarice Lispector, Beyoncé, Frida, Simone de Beauvoir, Jane Fonda e Cora Coralina também tem lar

atualizado

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1 de 1 - Foto: internet/reprodução

A internet brasileira parou depois que a revista “Veja” apresentou Marcela Temer em uma matéria cujo título parecia retirado de uma propaganda dos anos 1940: “Bela, recatada e do lar”. Os adjetivos balançaram a mente de milhares de mulheres cansadas de ver meios de comunicação reforçando ideais femininos exaltados pelo pensamento machista.

E, como tudo no Brasil, a indignação virou meme e viralizou na rede. Certamente, a personalidade de Marcela vai muito além de sua capacidade de se encaixar nos critérios de “mulher pra casar”. Imagino.

Ser bela, recatada e “do lar” é superdigno. Não tem nada de errado nisso. Mas, quando vivemos em uma sociedade que por séculos impôs que esse era o comportamento a ser seguido e, por essa imposição, milhares de mulheres que não se encaixavam nesse padrão foram oprimidas, desrespeitadas, agredidas e desqualificadas, aí sim, devemos questionar o constante e retrógrado reforço desse ideal de perfeição.

A internet se dividiu entre quem se ofendeu com a reportagem e a já conhecida trupe conservadora que se ofendeu com quem se ofendeu. “Agora mulher não pode mais ser do lar?”, ou “Não tem problema maior para se preocupar nesse momento do país?”, bradaram alguns (e algumas).

Não é nada disso. Só queremos ser reconhecidas para além dessa bolha antiquada que dita como devemos nos portar.

A indignação coletiva é positiva a partir do momento que ajuda a minar essa concepção de que só essas mulheres prendadas e belas têm valor. Mimimi? Não acho. A polêmica matéria não é um tiro no peito da luta feminista, no entanto é uma mostra concreta de como a repressão pode parecer banal e sútil. Ano passado a campanha contra o fiu-fiu teve efeitos reais. Muita gente achou um exagero, mas a quantidade de homem abordando a mulherada de forma grosseira nas ruas diminui, mesmo que aos poucos, cada vez mais.

Se não nos posicionarmos, nada muda. Não concorda? Que tal apenas respeitar quem se incomoda com tais vícios machistas da sociedade? Prometo, todo mundo sai ganhando quando se luta por respeito. Especialmente as próximas gerações: nossas sobrinhas, filhas, netas. Já pensou se elas tiverem a oportunidade de viver em uma sociedade justa? Que não julga seu valor pela sua beleza, sexo, opção sexual, cor, religião ou capacidade de se adequar ao desejo/expectativa do outro?

Separei imagens de mulheres fantásticas, e nada recatadas, em seus lares. Em homenagem a essa semana tão simbólica (para além da matéria da Veja) para a luta feminina em busca de respeito e igualdade.

 

1. Clarice Lispector

Clarice Lispector em sua sala de jantar.

 

2. Beyoncé

Beyonce e sua filha Blue brincando em casa.

3. Simone de Beauvoir

Simone de Beauvoir em sua escrivaninha.

4. Jane Fonda

Jane Fonda aos 22 anos.

 

5. Frida Kahlo

Frida Kahlo no pátio da casa azul

 

6. Indira Gandhi

A política indiana Indira Gandhi em sua sala de estudos

 

7. Cora Coralina

Cora Coralina

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