Os melhores de 2016 em 10 categorias (com todo o respeito)
A crítica Bárbara Cortez enumera o que chamou sua atenção na gastronomia da capital federal durante este ano que termina
atualizado
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O ano de 2016 foi longo. Olhar para trás e relatar as experiências gastronômicas é um exercício interessante. Consumiram-me várias tardes e noites. É momento de reflexão. Pensei em lugares que fui e onde comi, independentemente se escrevi crítica ou não. Visito vários restaurantes, sem a obrigação de fazê-los tema desta coluna. Fiz aqui uma listinha do “melhor” e do melhor que curti em Brasília neste ano. Com todo o respeito (e senso de humor), segue a lista:
Melhor restaurante em busca de identidade: Olivae.
O competente chef Agenor Maia abandonou a cozinha de autor e caminha para pratos comerciais. Uma opção, ok. Mas aí quando o cardápio apresenta arroz de pato (português), poke (ceviche havaiano), carbonara e parmegiana (italiano) e raclete (suíço), ele dá um nó na cabeça dos clientes. Afinal, qual o estilo da casa? Não adianta só dar um tapa no visual do restaurante e acrescentar um “EAT” ao nome.
Melhor sushi que não é sushi: Mormaii
O que eles servem pode ser tudo, menos sushi. Mataria um japonês de desgosto. Não dá.
Melhor blogueiro que copia release e adora um convite: não guardo nomes…
Para preservar minha isenção, não vou a eventos para imprensa. Mas, pelo que ouço falar, a prática se alastra de maneira avassaladora. As assessorias convidam blogueiros e “digital influencers” e esses falam bem de tudo que comem. Um desserviço ao consumidor que, muitas vezes, não sabe que o texto escrito é copy e paste.
Melhor restaurante que serve risoto e carne: Universal Diner e Dudu Bar
A dupla (risoto + carne) está nos cardápios destas casas desde que elas existem. O gosto da clientela, segundo consta, explica essa constante presença. Só não é legal quando os chefs se acomodam a esse tipo de fórmula.
Chef com melhor desempenho no Facebook: Alexandre Albanese
Não tenho Facebook. Vera, minha amiga mais conectada, me manda uns vídeos que o chef-galã faz. Adoro. Ele é um fofo e bastante midiático. Só não pode descuidar das panelas.
Melhor surpresa: IVV Swine Bar
O bar é simpático, gostoso de frequentar, ambiente agradável e comidinhas boas para o paladar e para o bolso. Lá também você toma vinhos selecionados. Como já disse, o atendimento precisa de cuidado. O sucesso do local trouxe ainda mais pessoas do que o usual. Mas, sem dúvida, a chegada deste gastropub mexeu com a capital.
Restaurante mais fotogênico: El Paso, Vila Tevere e Ancho Bistrô de Fogo
Agradáveis de estar e de comer. Todas as casas mencionadas ainda proporcionam um belo registro fotográfico.
Melhor “cantinho do coração”: Le Bistrot 207
Falei dele recentemente aqui na coluna. Que as proprietárias e equipe mantenham o padrão deste espaço tão interessante. E, como diriam as meninas do Quadrado Brasília, um cantinho do coração – isso é uma homenagem, tá meninas?
Revelação do ano: a chegada do Authoral
Ainda se aprimorando, mas espero que este restaurante faça a diferença em Brasília. Tem tudo para isso. Boas escolhas, ingredientes e combinações. Precisa ser mais assertivo no atendimento e regular na execução. Vamos em frente, moçada.
Melhor prato que comi: carré de cordeiro ao molho de romã, purê de damasco e cuscuz marroquino, da chef Lidia Nasser, do Empório Árabe. Agridoce, temperado, harmônico e saboroso. Tudo no mesmo prato.
Que venha 2017. E que ele seja mais saboroso. Por isso, desejo que nossos queridos chefs da cidade incluam mais legumes e verduras em seus pratos. Não tenham medo dos temperos. Cuidem-se para não se afastarem de sua cozinha e equipe. Chef e dono em casa aumentam as chances da nossa experiência ser mais agradável.
Cortês sim; omissa, não.
DEVO IR?
Sim. Saiam. Vamos estimular a gastronomia da cidade.
PONTO ALTO DE 2016
Vêm chegando novas opções. Precisamos de novos cardápios, mais realistas com os tempos que vivemos.
PONTO FRACO DE 2016
Preços caros e falta de atenção no atendimento.