Il Basílico: original, bom e barato

Uma história de amor convertida em negócio. Gustavo Blasseti desembarcou na capital, se apaixonou por uma brasileira e montou com um sócio o Il Basílico (manjericão , em italiano), um dos quiosques mais disputados da Quituart. Para a sorte do público brasiliense, desde abril de 2014, eles cozinham a autêntica comida italiana com qualidade e preços acessíveis. A proposta dos donos — um de Roma e outro de Milão – é levar o clima de cantina para as mesas deste coletivo gastronômico no Lago Norte.

Assim como os preços, o cardápio é econômico: seis tipos de brusquetas, cinco entradinhas e saladas para dividir, nove pratos principais e três sobremesas. Não precisa de mais nada. O valor mais caro da carta é R$ 35 para uma salada com filé salteado em azeite trufado, vinho branco, rúcula, tomate cereja, queijo parmesão e creme de aceto balsâmico de Modena.

Confesso que talvez seja o prato que menos gosto. Por dois motivos: o azeite de trufa, com seu sabor enjoativo e o tal creme de aceto, com aqueles desenhos cafonas em zigue-zague no prato. Nada que não possa ser substituído pelo azeite normal e o aceto à parte para temperar a salada. E aí estão os dois pontos negativos que encontro no estabelecimento. O uso do azeite de trufa e a apresentação dos pratos.

Em relação a este último ponto, entendo que a comida italiana não é das mais bonitas de se ver na louça. Mas os enfeites e desenhos nos pratos do Il Basílico são totalmente dispensáveis. Caro leitor ou leitora, não torça o nariz por este motivo. Garanto que, a cada garfada, você pode se surpreender.

As estrelas do menu se chamam fettuccine, pappardelle, rigatoni e lasanha. Elas só brilham quando acompanhadas dos molhos artesanais feitos com produtos frescos. Do cardápio, já comi quase todas as combinações. A mais brilhante para mim talvez seja a mais simples: o fettuccini com pesto original, à base de manjericão (R$ 26,50). Há outra versão desse pesto para os que não gostam da erva verde, fettuccini com pesto de tomate seco e burrata (R$ 30). Para meu paladar, um pouco enjoativo e doce por conta do tomate seco. Porém, é questão de papilas, já que este também é super bem feito.

Outra opção que se destaca é o pappardelle ao ragu. A porção generosa preenche quase todo o prato, como todas que são servidas no Il Basílico. E o molho, uma belezura. A carne fica cerca de três horas sendo apurada no vinho tinto e no molho de tomate. Às vezes, minha amiga Vera, superfã da bresaola com mini-rúcula e muçarela de búfala, reclama que vem muita massa para pouco molho. Acho suficiente. Há quem prefira o carbonara ou o cacio e pepe. A gosto do freguês, já que para comer a massa mais cara você deixa R$ 33.

Não há como você sair de lá sem experimentar o tiramissu. A sobremesa de lá rivaliza com os melhores da cidade: o do La Fornacella, também feito por um italiano autêntico, e o do Gero. Aveludado e com intenso gosto de café, o tiramissu do Il Basílico derrete na boca suavemente. Dá para comer sorrindo uma dúzia daqueles potinhos.

O que pode tirar um pouco o sorriso é ainda a falta de profissionalização do site. Sei que é uma empresa pequena, mas, com certeza, poderia atrair mais o público se tivesse informações importantes e relevantes em seus canais de divulgação e diálogo com os clientes.

A quem possa interessar, duas informações. Primeiro, para quem quiser levar para casa, o Il Basílico vende seus molhos de tomate, pesto tradicional e pesto com rúcula. A segunda é que o Il Basílico abriu sua versão bistrô no Park Sul. A conferir. Tomara que os meninos não percam a qualidade nessa expansão, nem que o olho cresça para que o tripé — original, bom e barato — não se perca no meio do caminho.

Cortês sim; omissão, não.

DEVO IR?
Sim, sim. Vá de Uber!

PONTO ALTO:
Sabor, porções generosas e o tiramissu.

PONTO FRACO:
Apresentação dos pratos.

Il Basílico. Quituart — SHIN QI 09/10, Canteiro Central, Lago Norte, 8347-3295 e 3368-7139. Site: http://www.ilbasilico.com.br/