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Passado e futuro se encontram na fábrica da Bohemia em Petrópolis

Lá é possível experimentar e conhecer bem, um a um, os ingredientes utilizados nas receitas da marca

atualizado

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André Vasquez/Metrópoles
Tour Cervejeiro – Envase 2
1 de 1 Tour Cervejeiro – Envase 2 - Foto: André Vasquez/Metrópoles

Talvez Doc Brown tenha perdido tempo ao passar noites arriscando sua pele em meio às cargas pesadas de plutônio durante a construção do DeLorean, em “De Volta para o Futuro”. Ele não sabia que para curtir o passado, presente e futuro em um mesma viagem pode se dirigir, tranquilamente, até uma cidade charmosa e pouco visitada: Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Se você pensa que Brasília é um delírio urbanístico e visionário de JK, saiba que a construção de Petrópolis (cidade de Pedro) foi um sonho sonhado e realizado pelo Imperador Dom Pedro II, ainda nos primórdio do século 19.

Foram tantos os acontecimentos decisivos que ocorreram em Petrópolis entre os anos 1830 e 1960, quando surgiu Brasília, que é difícil pontuar os momentos mais relevantes. Para se ter uma ideia de sua importância histórica, a cidade recebeu reis, rainhas, imperadores e brasileiros notáveis, como Santos Dumont, Oswaldo Aranha e tantos outros. Foi, até mesmo, a capital do Brasil durante a Revolta da Armada, entre 1893 e 1894.

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Saindo um pouco da política, Petrópolis viu ser inaugurada, em 1853, as instalações da cervejaria mais antiga do Brasil, a Bohemia. Quem visita a fábrica encontra um museu interativo que mostra um pouco da história da cerveja no país, da evolução da marca, dos processos de fabricação, das escolas cervejeiras.

Além disso, é possível experimentar e conhecer bem, um a um, os ingredientes utilizados nas receitas da marca (água, maltes, cereais, lúpulos e até mesmo as leveduras). O visitante pode caminhar pelas salas de brassagem e fermentação que funcionaram na fábrica entre as décadas de 1960 e 1990.

Após as degustações de dois rótulos novos da cervejaria, lançados no ano passado em homenagem à Petrópolis (os quais avaliaremos mais adiante), chegamos ao futuro da Bohemia. Acreditem, ele é bastante promissor. Dentro da fábrica está em funcionamento uma nano cervejaria com capacidade para apenas 2.750 litros de fermentação simultânea. Usada para testar novas receitas, ela dá uma pista de como a marca deve disputar um nicho de mercado hoje dominado por pequenas e médias produtoras artesanais.

O fim da visita reserva uma surpresa ainda mais agradável — uma cave com aproximadamente 60 barris de cachaça e bourbon que envelhecem cervejas do estilo Barleywine e Wee Heavy (absolutamente deliciosas). Ainda fiquei sabendo que, em breve, devem começar a produção do tipo Sours, o que vai deixar a brincadeira mais divertida.

Tenho que admitir: depois de décadas acostumado a ver o rótulo da Bohemia como mais um do mesmo entre as “Pilsens” massificadas do Brasil, foi preciso ir a Petrópolis para descobrir e admitir que a cervejaria não está inventando uma nova história, mas, de alguma forma, volta às origens.

A viagem a Petrópolis é realmente imperdível por toda a sua história, monumentos e informação. Mas se você precisar “tomar pra crer” nessa coluna, recomendo provar os rótulos Reserva, Aura Lager, 838 Pale Ale e 14-Weiss para conseguir tirar suas próprias conclusões. É mais fácil do que construir uma DeLorean — e muito mais prazeroso.

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