metropoles.com

“Vou para cima do TCU”, avisou Henrique Alves a Léo Pinheiro

O objetivo era evitar a paralisação das obras da Arena das Dunas, em Natal, mesmo sem apresentação de dados do projeto executivo

atualizado

Compartilhar notícia

José Cruz/Agência Brasil
henrique-alves
1 de 1 henrique-alves - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Uma troca de mensagens entre o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) — que está preso — e o empresário Léo Pinheiro, da OAS, sugere que o político intercedeu junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O objetivo era evitar a paralisação das obras da Arena das Dunas (para a Copa do Mundo de 2014), em Natal, mesmo sem apresentação de dados do projeto executivo que permitissem controle orçamentário adequado.

De acordo com a investigação do Ministério Público Federal, que pediu a prisão preventiva de Henrique Alves, o ex-ministro do Turismo afirmou em uma mensagem: “Seg (sic), em BSB (Brasília), vou pra cima do TCU. Darei notícias!”. As informações são do blog de Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.

A Procuradoria aponta “interações frequentes” entre Léo Pinheiro e Henrique Alves. Durante o período da investigação, foram 206 contatos diretos entre os dois.

Além disso, R$ 650 mil em doações da empreiteira tiveram o ex-ministro como beneficiário final, e mais R$ 3 milhões foram repassados ao diretório estadual do PMDB do Rio Grande do Norte, na campanha de 2014, quando o peemedebista se candidatou ao governo do Estado.

Em julho de 2013, a continuidade do financiamento das obras da Arena das Dunas pelo BNDES estava ameaçada. Para autorizar o seguimento dos pagamentos, o TCU dependia da análise e aprovação das contas do projeto executivo junto ao Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte (TCU-RN). Entretanto, o tribunal potiguar apontou que os elementos apresentados pela OAS não continham todos os dados de um projeto executivo completo, inviabilizando o exame de sobrepreço ou superfaturamento.

A investigação relata que, diante do impasse, Henrique Alves se dispôs a resolver a situação junto ao TCU. Em 31 de julho, pelo Acórdão n. 1982/2013, apenas 17 dias após o envio da mensagem de Alves a Pinheiro, o órgão comunicou o Tribunal de Contas do estado que, em situações que fossem constatadas irregularidades de gravidade suficiente, o BNDES deveria ser notificado formalmente, para assim suspender os pagamentos.

Sem documentos que comprovassem qualquer irregularidade, o órgão potiguar não comunicou o BNDES, que prosseguiu normalmente com o financiamento. Um ano mais tarde, por meio do Acórdão TCU n. 530/2014, a corte de contas não identificou impropriedades no caso. Somente em 2016, o Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte identificou superfaturamento de R$ 77,5 milhões na obra.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?