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Vídeo mostra início do massacre de 56 presos no Compaj, em Manaus

A conclusão do inquérito é que as mortes na penitenciária ocorreram por rivalidade entre facções, 210 presos foram indiciados

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Mortes em presídio de Manaus deixa 56 detentos mortos – Manaus – AM 13/02/2017
1 de 1 Mortes em presídio de Manaus deixa 56 detentos mortos – Manaus – AM 13/02/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Depois de oito meses de investigações, a Polícia Civil do Amazonas concluiu nesta semana o inquérito que apurou as mortes de 56 de detentos em janeiro no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no km 8 da BR-174. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (1°/9), a corporação anunciou que 210 presos foram indiciados por envolvimento no massacre.

A rebelião começou por volta de 16h, no primeiro dia do ano, quando alguns detentos do pavilhão 3, entre eles membros da facção criminosa Família do Norte (FDN), renderam agentes e trocaram tiros com policiais militares em uma área da unidade prisional, chamada de “Seguro”. Lá ficavam os presos considerados vulneráveis e alguns membros de outra facção, o Primeiro Comando da Capital (PCC). A conclusão do inquérito é de que as mortes no Compaj ocorreram por rivalidade entre a FDN e o PCC. No vídeo a seguir é possível ver o início da rebelião.

“Nós temos nos autos temos relatos de testemunhas oculares informando que foi lida uma carta em reunião, dentro de uma das celas, determinando, de forma bem orquestrada, como se daria o massacre. A partir da última visita daquele dia, eles entrariam em campo, invadiriam a portaria e fariam reféns para que não houvesse o controle estatal e começariam a chacina propriamente dita”, explicou a delegada Emília Ferraz.

A equipe de investigação realizou perícias no local e exames de necropsia e de DNA nos corpos. Imagens captadas pelas câmeras do circuito interno do presídio também foram analisadas. Além disso, de acordo com o delegado-geral adjunto da instituição, Ivo Martins, 350 pessoas foram ouvidas.

“O conjunto fático de inquéritos trabalha com várias situações, 210 foram indiciados, mas a gente ouviu vítimas de constrangimento, tortura e outros tipos de procedimentos. Ouvimos agentes de ressocialização que trabalharam naquela situação e autoridades em relação a isso. Enfim, uma gama muito grande de informações que obtivemos, testemunhais, de detentos, até dos indiciados, informações sigilosas e confidências de algumas pessoas, inclusive de outros estados, que nos fez compreender como esse evento fatídico ocorreu naquele dia”, contou Martins.

A investigação apontou que, além da rivalidade entre as duas facções, havia provocações em relação aos familiares dos detentos. “É bom ressaltar que outra motivação era o comportamento dos presos do PCC dentro do sistema prisional. Em várias oitivas, inclusive de agentes de ressocialização e de autoridades, ficou bem claro que eles faziam chacotas com os presos da FDN. Não obstante a rivalidade, uma motivação muito forte que todos eles apresentaram era essa, o comportamento dos internos do PCC em relação aos familiares e presos da FDN”, completou Emília Ferraz.

A rebelião no presídio foi coordenada por dois detentos conhecidos como “Maguila” e “Caroço”, que foram transferidos no dia 11 de janeiro para presídios federais juntamente com outros 15 presos. A ordem do massacre partiu do líder da FDN, José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, que cumpre pena em um presídio federal em Campo Grande.

O inquérito da Polícia Civil sobre o massacre tem 2.600 páginas e será enviado à Justiça na próxima segunda-feira (4).

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