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Sobrevivente do LaMia diz que todos pensavam que avião estava pousando

Em entrevista ao “Fantástico”, boliviano Erwin Tumiri contou que foi salvo por jogadores e pretende conhecer Chapecó um dia

atualizado

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1 de 1 comissario - Foto: Reprodução

Cinco dias depois do acidente aéreo com o avião da Chapecoense que matou 71 pessoas a caminho de Medellín, na Colômbia, o boliviano Erwin Tumiri, um dos seis sobreviventes, falou pela primeira vez à imprensa. Ao “Fantástico”, ele contou como foram os últimos momentos antes da queda da aeronave da LaMia que levava o time brasileiro.

Tumiri disse que o seu sentimento é de ter sido “salvo” pelos jogadores brasileiros e que tem vontade de, um dia, ir a Chapecó conhecer a cidade dos seus heróis.

Contou ainda que, ao contrário do que foi divulgado nos últimos dias, não seguiu os procedimentos de segurança em caso de pouso forçado, como o de ficar em posição fetal.

Na verdade, todos no avião pensavam que a luz apagada e a aproximação do solo fossem procedimentos normais de pouso, já que o piloto não informou em momento algum que havia uma pane seca, segundo o sobrevivente.

“Eu não disse nada disso. Como falei, pensava que o avião estava pousando”, contou. Ele relatou que, no momento em que o piloto pediu que todos afivelassem os cintos para a aterrissagem, conversava com o técnico da Chape, Caio Júnior. O brasileiro ensinava português para o tripulante.

“Tem alguém aí?”
Tumiri afirmou que depois do choque do avião com o solo, lembra-se apenas de acordar “de repente”, com o rosto no chão, como quem acorda de um sono. “No momento, era como um pesadelo. Nem eu mesmo acreditava”.

Ele ouviu a comissária Ximena Suárez, outra sobrevivente, gritando muito, e correu para ajudá-la. Com medo de que o avião pudesse explodir, só pensou em sair dali.

Em meio ao socorro, conta ter ouvido alguém, com sotaque brasileiro, gritando “tem alguém aí?”. Ele permaneceu conversando com a pessoa para que ela continuasse falando e fosse encontrada, mas a voz se calou pouco depois. “Era tudo mato, era tudo escuro. Muitos corpos espalhados, mas já não havia o que fazer. Vi um avião decolando e achei que poderia ir até o aeroporto”, disse.

Pane seca
O comissário de bordo relatou na entrevista ter sido informado apenas na decolagem que o voo não passaria por abastecimento. “Disseram que iríamos até Cobija, mas, no momento da decolagem, perguntei ao piloto e ele disse que iríamos direto a Medellín. Com relação à autonomia e carga, quem faz isso é o despachante de voo. É responsabilidade da LaMia. Achei que soubessem o que faziam”, declarou.

Uma das suspeitas das autoridades colombianas é de que a causa da tragédia foi pane seca, quando falta combustível. Um áudio divulgado na quarta-feira (30/11) pela Blu Radio, da Colômbia, revelou os vários pedidos do piloto Miguel Quiroga para pousar.

Os 11 minutos de gravação seriam as últimas palavras trocadas com a torre de controle do aeroporto José Maria Córdova, em Medellín, antes de a aeronave cair. No áudio, Quiroga relata que estava sem combustível e pede autorização para pousar imediatamente.

Agradecimento
Na sexta-feira (2/12), logo após receber alta do hospital em Medellín, o comissário gravou um vídeo de agradecimento aos colombianos que ajudaram e trabalharam para resgatar as vítimas. “Os colombianos agora são parte da minha família, são como meus irmãos.

Daqui a algum tempo volto para visitá-los. Estou muito feliz e agradecido. Não encontro palavras para agradecer. Qualquer coisa, estamos em Bolívia. Mil vezes obrigado”, disse.

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