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Sete pessoas morrem em chacina por disputa de terras no Mato Grosso

A chacina foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp/MT), que confirmou as mortes

atualizado

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Rod Waddington
armas revolver
1 de 1 armas revolver - Foto: Rod Waddington

Sete pessoas foram assassinadas na última quinta-feira, 20, na distrito Taquaraçu do Norte, na região de Colniza (a 1.018 km de Cuiabá) em Mato Grosso em disputa por terra. A chacina foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp/MT). O órgão confirmou as mortes e a suspeita é de que os autores do crime sejam capangas de fazendeiros da região. O grupo se autodenomina de “Encapuzados” e realizam segurança para fazendeiros. Cerca de 100 famílias moram no local.

Segundo informações de policiais de Colniza, as mortes aconteceram quando um grupo encapuzado invadiu a área e atirou. A ação consistiu em duas etapas. Inicialmente, eles atiraram de fora e em seguida foram às barracas para confirmar e atiravam em quem estivesse vivo. As informações foram repassadas à Polícia por dois homens que conseguiram fugir.

O local onde aconteceram as mortes é de difícil acesso. As estradas estão alagadas e alguns pontos só é possível atravessar de barco. Não há sinal de telefone.

Para agilizar os trabalhos, a Sesp montou uma estratégia emergencial para ter acesso ao local. As equipes seguem até o distrito de Guariba e de lá seguem de barco por 15 minutos pelo rio Roosevelt até o local onde aconteceram as mortes. Guariba fica distante 200 quilômetros de Taquaruçu do Norte.

Nesta sexta-feira três peritos foram enviados para o local. Eles foram de helicóptero que saiu do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) de Cuiabá com destino ao distrito de Guariba e seguirão de barco pelo rio. Policiais militares e civis já estão em Guariba desde quinta-feira. Por terra, a distância é de 18 quilômetros que devem ser feitos a pé porque a estrada não tem condições de passar carros. Uma equipe da Força Tática de Juína foi enviada para o local. A Polícia Militar de Rondônia também está dando apoio.

Conflitos antigos

A região tem sido palco de vários conflitos por terra. Em 2014, o Presidente da Associação de Produtores Rurais Nova União, Josias Paulino de Castro, 54 anos, e sua mulher Ireni da Silva Castro, 35 anos, foram assassinados. Os corpos foram encontrados crivados de tiros de arma de fogo 9 mm, que é de uso restrito. “Os dois foram baleados na cabeça e Ireni ainda levou um tiro na mão”, disse um policial. O casal iria realizar várias denúncias à ouvidoria Agrária Nacional e foram vítimas de uma emboscada. Em 2011, 700 famílias foram expulsas da mesma área. Não houve mortes.

A Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagrii-MT), em nota lamentou “o agravamento do clima de tensão na região”, e cobrou providências das autoridades responsáveis. Até o presente momento, o assassinato do casal em 2014 não foi solucionado, o que preocupa muito a entidade. A Federação cobra apuração dos fatos e a severa punição aos responsáveis pelos crimes, para evitar que outros casos ocorram em outras regiões do estado. A entidade afirma na nota que a certeza da impunidade acaba “ceifando vidas de trabalhadores e trabalhadoras rurais no estado”.

Dados divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) na quarta-feira (17) apontam que atualmente 6.601 famílias de Mato Grosso moram em áreas de conflitos. Segundo o órgão, os números indicam que o estado na 1º posição no ranking do Centro-Oeste e em 6º lugar no ranking nacional. Os números fazem referência aos casos ocorridos em 2016.

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