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Prefeitura afirma que não apoiava festa cancelada em Pirenópolis (GO)

Produtora da festa de música eletrônica usou logomarca de forma irregular, diz prefeitura. Empresário assegura que teve permissão

atualizado

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Prefeitura de Pirenópolis/Divulgação
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1 de 1 pirenopolis - Foto: Prefeitura de Pirenópolis/Divulgação

Após a denúncia de pessoas que se sentiram lesadas pelo cancelamento do E-Beach Music Festival, a prefeitura de Pirenópolis (GO) afirma que não deu apoio à festa. A versão é diferente do que fora divulgado em cartazes do evento. O festival de música eletrônica seria realizado em uma área de preservação ambiental na cidade goiana, a cerca de 150 quilômetros de Brasília.

Segundo a prefeitura de Pirenópolis, a organização da festa utilizou a logomarca em cartazes e flyers sem a devida autorização. “Eles chegaram a publicar numa página na internet sobre o evento que estava com documentação para a festa em dia. Mas isso não é verdade”, afirma Mariana Müller, coordenadora de comunicação da prefeitura de Pirenópolis.

A servidora diz que chegou a entrar em contato com o sócio da produtora E-Beach, Helisson Pelegrini, para que a logomarca da prefeitura fosse retirada do folder. “Que eu saiba, nunca pediram apoio à prefeitura para nada, se houvesse pedido eu saberia. E teria negado, pois não é papel da prefeitura apoiar esse tipo de evento, ainda mais na recessão em que vivemos”, completou.

O empresário rebate a acusação e afirma que teve autorização de sua equipe para usar a imagem da prefeitura. “Minha assessoria que me encaminhou a logomarca, autorizando o uso. Realmente, a funcionária da prefeitura me pediu para não veicular, mas depois que já estava divulgado. Mas assim que entraram em contato, tirei do ar os flyers com a logo em questão”, defende-se.

Divulgação/Facebook

 

Entretanto, um assessor contratado por Pelegrini, que prefere não se identificar, alega que informou sobre a posição da prefeitura antes da divulgação. “Fui contratado para entrar com os processos para autorizar o evento. Mas sugeri a ele (Helisson) que não colocasse a prefeitura como apoiador”, explica.

Apesar dos transtornos, a coordenadora de comunicação Mariana Muller afirma que não deve entrar com uma ação contra a produtora. “Estamos em transição de governo, com outras demandas mais urgentes. Além disso, já há outros processos da prefeitura contra a empresa”.

Falta de documentação
Uma das razões apontadas para o cancelamento da festa, segundo Pelegrini, foi a alta taxa cobrada para a prefeitura para a emissão de um alvará que permitisse a realização do evento. “Eles cobraram um valor absurdo, maior do que o Rock in Rio. Esse foi um dos principais motivos para inviabilizar o festival”, afirma.

Mas a prefeitura defende-se e alega que o valor condiz com os detalhes estabelecidos no pedido feito pela organização. “A área em questão é de proteção ambiental. Eles informaram que seria um evento para milhares de pessoas. O cálculo foi feito com os dados fornecidos”, explica a coordenadora de comunicação. Ainda segundo ela, mesmo com divulgação feita a partir de maio, os pedidos para alvará e estudo de impacto ambiental só foram feitos no mês passado. “Eles deixaram tudo para cima da hora”, completa Mariana Muller.

O assessor contratado pela E-Beach relata que chegou a alertar Pelegrini sobre possíveis problemas. “Quando ele pediu para emitir o boleto, avisei que seria então um caminho sem volta. Ele insistiu e assim que recebeu o documento com o valor, usou para justificar o cancelamento da festa”, explica.

Sobre o ressarcimento dos valores referentes aos ingressos já vendidos, a E-Beach Produções disse que “as pessoas que compraram na Bilheteria Digital, no cartão ou pelo PagSeguro terão os valores reembolsados na próxima semana. Os demais, que compraram por comissários, terão que aguardar a auditoria que está sendo feita”. A previsão de pagamento é 10 de janeiro de 2017.

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