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Temer demonstra preocupação com boatos de sabotagem de avião de Teori

O presidente cobrou explicações sobre as investigações ao ministro da Defesa e ao comandante da Aeronáutica, além de pedir “celeridade”

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense  – Brasília – DF 16/12/2016
1 de 1 O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense – Brasília – DF 16/12/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Preocupado com notícias divulgadas no fim de semana com inúmeras ilações sobre sabotagem envolvendo a queda do avião do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, na última quinta-feira, em Paraty, o presidente Michel Temer convocou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, para se informar sobre a investigação que está sendo realizada pela Força Aérea e sobre os prazos de conclusão dos trabalhos.

As primeiras informações repassadas ao presidente foram de que quando as condições climáticas são ruins, como aconteceu na hora do acidente, quando chovia forte, a falta de equipamentos de auxílio de instrumentos no aeroporto de Paraty, aumenta os riscos da operação naquela região, onde há registros de inúmeros acidentes. Embora todas as avaliações estejam sendo feitas e nada seja descartado, as informações chegadas ao Planalto até agora dão conta de que o que houve foi realmente um acidente. A avaliação de militares é de que houve desorientação do piloto por conta do mau tempo, mas a Aeronáutica evita qualquer avaliação preliminar sobre as causas do acidente.

No início da manhã desta segunda, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Nivaldo Rossatto, declarou que “o ideal é que ninguém fosse para aquela região quando o tempo estivesse ruim porque lá a operação é apenas visual e o aeroporto não opera por instrumentos”. Segundo ele, o aeroporto de Paraty “fecha com facilidade e é comum aumentar o risco para este tipo de operação, já que ele está no meio de morros, e sem auxílio de navegação”.

Questionado se há previsão de que sejam feitas melhorias no aeroporto de Paraty, o comandante lembrou que isso “depende de muitos fatores”. Esta, no entanto, não é uma decisão da FAB. O comandante lembrou que existem dezenas de aeroportos similares ao de Paraty no Brasil mas, ao comentar as condições da região, observou que o movimento de helicópteros e aviões lá é grande , assim como o número de acidentes.

Na reunião realizada no Planalto pouco antes da hora do almoço e que durou cerca de meia hora, Temer foi informado de que não há prazo para o fim das investigações e que, desde o fim de semana, os técnicos tentavam recuperar o gravador de voz que havia sofrido danos devido ao contato com a água do mar. O equipamento precisa passar por processo de secagem para que se tenha certeza de que todos os dados e vozes poderão ser integralmente recuperados. Mais tarde, Temer foi avisado que os técnicos do Cenipa – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos conseguiram recuperar “em perfeito estado” todas as gravações feitas nas cabines com os últimos 30 minutos de voo. Na conversa da manhã, Temer pediu “celeridade” às investigações, “sempre observando todas as regras e normas legais” exigidos.

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