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Senadores citados em lista da Odebrecht negam doações ilegais

Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) na 23ª fase da operação, batizada de Acarajé, listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos distribuídos, por 18 partidos políticos diferentes

atualizado

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Antonio Cruz/ Agência Brasil
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1 de 1 AC_Renan-Calheiros-fala-com-a-imprensa-em-sua-chegada-ao-Congresso-Nacional_08032016002 - Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros senadores contactados pela reportagem negaram nesta quarta-feira, 23, ter recebido doações ilegais da construtora Odebrecht. Renan foi um dos citados em uma lista apreendida pela Polícia Federal no endereço de um dos executivos da empreiteira como recebedor de R$ 1 milhão. Renan disse também desconhecer o motivo pelo qual foi lhe atribuído o apelido de “Atleta”.

“Não vi. Olha, mais uma vez, nunca cometi impropriedade. Essas citações, do ponto de vista da prova, não significa nada, absolutamente nada. Sempre me coloquei à disposição, sempre tomei iniciativa para pedir qualquer investigação que cobram. Acho que a diferença é exatamente essa, é você ter as respostas”, disse o peemedebista.

O senador Romero Jucá (PMDB-RJ) também rechaçou, por meio da assessoria de imprensa, ter recebido cerca de R$ 150 mil, segundo consta de anotação à mão de planilha. O documento apreendido cita Jucá com o apelido de “cacique”. “A assessoria de imprensa do senador Romero Jucá informa que o TSE aprovou, sem ressalvas, todas as doações de campanhas do parlamentar”, disse.

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse, por meio da assessoria de imprensa, que a citação na planilha parece fazer menção às eleições municipais de 2012, quando o parlamentar disputou a prefeitura de Recife (PE). O documento menciona um repasse de R$ 300 mil ao petista, apelidado de “Drácula”.

“Como consta da prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral, não houve qualquer doação da Odebrecht à campanha de Humberto daquele ano. O que pode ter ocorrido – se efetivamente houve a doação – é que ela tenha sido feita diretamente ao PT Nacional, que repassou cerca de R$ 1,7 milhão para contribuir com a campanha do senador em 2012, conforme registrado na mesma prestação de contas”, informou o senador, via assessoria.

A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) também rechaçou qualquer repasse irregular. O nome da senadora aparece acompanhado do seu marido, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, constando o valor de R$ 1,5 milhão em repasses. “Esses recursos devem ser referentes a doações para as campanhas eleitorais municipais de 2012, que foram repassados pelo Diretório Nacional do PT ao Diretório Estadual e aos Diretórios Municipais. O Grupo Odebrecht fez doações via Diretório Nacional”, afirmou Gleisi, via assessoria.

A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM), apelidada como “Ela”, mencionada em duas páginas da lista com valores atribuídos que somariam R$ 5 milhões, disse em nota que todos os recursos que recebeu nas campanhas eleitorais que participou “foram legais, registrados e todas as prestações de contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”. “Estranhei o aparecimento de meu nome numa lista que não sei como surgiu” disse.

Em nota, a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que as doações que recebeu da Odebrecht se referem à Braskem, subsidiária do grupo empresarial e com “atuação conhecida” no Rio Grande do Sul. Ela disse ter recebido a doação por meio do Diretório Nacional do partido, o qual repassou para a conta da campanha dela ao Senado em 2010. Os valores de doações, disse, giraram em torno de R$ 400 mil.

“As doações estão devidamente registradas no Tribunal Regional Eleitoral com a prestação de contas aprovada, sem nenhuma ressalva, e constam no portal da transparência do Tribunal Superior Eleitoral”, disse a senadora, em nota, ao reafirmar o apoio dela às investigações da Operação Lava Jato.

O senador Lindbergh Farias, chamado na planilha de “Lindinho” e atribuído a ele o valor de R$ 500 mil, não se pronunciou até o momento, conforme a assessoria de imprensa. Os demais senadores contatados pela reportagem do Broadcast Político que aparecem na planilha ainda não responderam: José Serra (PSDB-SP), Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Bezerra (PSB-PE), Jader Barbalho (PMDB-PA).

Ratinho Júnior, Russomanno e Geraldo Júlio

Também citados na planilha da Odebrecht, o atual secretário estadual de Desenvolvimento Urbano do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP) disseram que todas as doações recebidas em campanhas eleitorais foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Ratinho, que foi candidato à Prefeitura de Curitiba, usou sua página no Facebook para se manifestar. “Quero ressaltar que estou de acordo e apoio, incondicionalmente, as investigações da Polícia Federal, Ministério Público Federal e da Justiça. Além disso, sou a favor que sejam julgados e punidos todos os partidos e candidatos que, eventualmente, tenham recebido doações ilegais”, escreveu.

Russomanno está em viagem oficial no Japão. A assessoria de imprensa do parlamentar, que pretende se lançar novamente candidato à Prefeitura de São Paulo, declarou que todas as doações recebidas por Russomanno foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

Em nota, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, do PSB, afirmou que todas as doações recebidas em sua campanha eleitoral de 2012 obedeceram “rigorosamente” à legislação eleitoral. “A prestação de contas da campanha foi apresentada à Justiça Eleitoral e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral (de Pernambuco)”, diz.

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