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Senado deve analisar crise na Venezuela nesta terça-feira (15/8)

Um dos requerimentos apresentados na Casa, de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pede voto de censura ao presidente do país, Nicolás Maduro

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
ricardo ferraço
1 de 1 ricardo ferraço - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A crise na Venezuela deve dominar os debates no Senado nesta terça-feira (15/8). Na pauta do plenário da Casa há dois requerimentos envolvendo o país. Um deles, apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pede voto de censura ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

No requerimento, o parlamentar destaca que o chefe de Estado tem adotado posturas arbitrárias e afrontado princípios democráticos e tratados internacionais dos quais inclusive o Brasil faz parte.

O outro requerimento é do senador Jorge Viana (PT-AC), que pede a criação de uma comissão externa para ir ao país vizinho numa “missão de bons ofícios”. A ideia, segundo o parlamentar, é  buscar soluções.

O Senado, em uma missão de diplomacia parlamentar, se ofereceria no sentido de contribuir para estabelecer um diálogo com as forças políticas venezuelanas, sem distinções ideológicas. Este requerimento foi aprovado no último dia 3 pela Comissão de Relações Exteriores da Casa.

“Acho que a situação tem se agravado muito, e talvez o país esteja próximo de uma guerra civil. Não há mais nenhum entendimento, diálogo ou tolerância entre as forças políticas — lamentou o senador, salientando que o aumento da violência e da tensão na Venezuela não interessa à América do Sul.

Jorge Viana acrescentou que o Brasil não pode assistir “de braços cruzados” ao agravamento da crise política e econômica no país vizinho, com o qual divide mais de 2 mil km de fronteira.

Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Fernando Collor (PTC-AL), seus colegas de Casa terão de escolher no plenário qual dos requerimentos que vão votar. “Como poderemos ir à Venezuela numa missão de bons ofícios, caso também seja aprovado um voto de censura? Será uma discrepância de atitudes, uma contradição”, indagou Collor.

Histórico
A crise política na Venezuela foi agravada em maio, quando Maduro, que perdeu as eleições legislativas, convocou uma nova constituinte. O processo eleitoral foi boicotado pela oposição, e protestos de rua já resultaram em mais de 100 mortes. Organizações internacionais de defesa dos direitos humanos têm denunciado a repressão no país.

Há líderes oposicionistas presos, enquanto a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, foi destituída pela Assembleia Constituinte, cujos integrantes são todos partidários de Maduro. O governo brasileiro, por sua vez, atuou no sentido de suspender o país do bloco do Mercosul, com base na cláusula democrática.

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