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Renan, Aécio, Eunício e Jucá eram contra a delação da JBS, diz Saud

Segundo o executivo da JBS Ricardo Saud, os senadores receberam propina da empresa e temiam o acordo com MPF

atualizado

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Adolfo/Futura Press
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1 de 1 ricado-saud - Foto: Adolfo/Futura Press

Após a prisão do diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, no último domingo (10/9), o nome de parlamentares emergiu na teia das delações premiadas. Parceiro de Joesley Batista, Saud revelou ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Aécio Neves (PSDB-MG) faziam pressão para que ele não firmasse acordo de delação premiada.

Trechos do depoimento foram divulgados pela revista Veja. Segundo a publicação, o poder das informações que Saud detinha seria capaz de “acabar” com os senadores. “Estavam há três anos falando com Renan, Aécio, Eunício, Jucá e eles não resolviam a situação do depoente. Esses parlamentares pediam para não fazer a colaboração porque acabaria com eles”, diz o documento.

Na figura de executivo da JBS, Saud afirmou que pagou propina para mais de 1,5 mil políticos. O dinheiro era uma espécie de financiamento eleitoral em troca de grandes contratos com o governo e outras facilidades. De acordo com a delação, o dinheiro possibilitou a eleição de 167 deputados federais, 16 governadores e 28 senadores — entre esses, Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Romero Jucá e Aécio Neves, daí a preocupação dos senadores com o acordo.

Depois de preso, Saud detalhou como funcionava os pagamentos. Nos acertos de propina, os partidos não tinham um lado, ou um direcionamento. O ex-ministro Guido Mantega do PT foi citado por ter feito o pagamento de 7 milhões de reais a senadores do PMDB. Apenas naquele episódio, o presidente do Senado Eunício Oliveira teria recebido R$ 318.000. Calheiros levou a bolada de R$ 3,8 milhões em espécie, repassados por André Vieira da Silva a Durval Rodrigues, suposto emissário de Renan.

O acordo de delação já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o procedimento foi necessário por conter diversas acusações contra políticos de foro privilegiado. No último dia (13/9) a Corte suspendeu a votação da validade das provas — depois que áudios entre Joesley e Saud apontaram que o ex-procurador da República Marcelo Miller corrompeu o acordo de delação — a questão deve ser votada na próxima semana.

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