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Presidente interino da Câmara defende que reforma mude só idade mínima

De acordo com Fábio Ramalho (PMDB-MG), a reforma da Previdência deve ser votada, “mas não do jeito que está”

atualizado

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Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
fabio ramalho
1 de 1 fabio ramalho - Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

Presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB-MG) defendeu nesta quarta-feira (21/6) que a reforma da Previdência se resuma à mudança da idade mínima e que os demais pontos da proposta fiquem para o próximo governo. “Tem que votar (a reforma), mas não vota do jeito que está”, disse o peemedebista.

Favorável à idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, Ramalho avalia que outros pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) podem ficar para serem discutidos melhor com a sociedade “depois”. “Até setembro a gente consegue vencer isso na Câmara. Se for antes, tudo bem, só não pode apressar. Vocês viram a pressa no Senado ontem, né?”, comentou.

Apesar de admitir a falha na articulação governista na terça na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o peemedebista aposta que a reforma trabalhista não está comprometida. “Para mim não foi uma derrota. Nenhuma das comissões é definitiva”, declarou.

Sob tutela
Ramalho está substituindo Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está interinamente na Presidência da República por causa da viagem internacional do presidente Michel Temer. Mesmo fora da Câmara, Maia vem mantendo o controle da situação na Casa. Na terça, por exemplo, fez uma reunião de líderes informal na residência oficial da Câmara, deixou a pauta desta semana (mais curta por causa das festas juninas) pronta e organizada e hoje oferece um almoço no Palácio do Planalto para conversar com os membros da Mesa Diretora da Câmara.

Seu substituto na Câmara cumpriu à risca o roteiro: votou apenas três projetos considerados consensuais na terça, nesta quarta assinou documentos administrativos e despachou os projetos aprovados na véspera para o Senado e para sanção presidencial. A maior parte de sua rotina na Casa vem sendo desempenhada do gabinete da vice-presidência e o único ato autônomo foi liberar seus colegas da sessão deliberativa desta quarta-feira. “Sou interino, então como interino a gente tem lealdade e respeito a quem está na cabeça”, justificou.

Na temporada à frente da presidência da Câmara, Ramalho também vem se mantendo distante dos pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer que aguardam despacho. O peemedebista alega que não tratará do assunto porque o tema não é uma “questão” sua. “O momento é de tentar sair da crise”, afirmou.

Apesar de ser obrigado a andar com os seguranças da Câmara nesta semana, o deputado mineiro adotou um comportamento mais discreto e dedicou a maior parte de sua agenda a receber parlamentares. Devido a semana mais curta e esvaziada, Ramalho não ofereceu o tradicional jantar aos deputados em seu gabinete.

Na quinta (22), o peemedebista voltará a Belo Horizonte e decidiu abrir mão dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) – a que tem direito por estar na presidência da Câmara – para pegar voo comercial. “Sou apenas presidente interino”, argumentou.

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