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PGR suspende negociação de delação premiada com Eduardo Cunha

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria classificado a delação de Cunha como “biscoito de polvilho” porque só “faz barulho”

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016
1 de 1 Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspendeu as negociações do acordo de delação premiada do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). Na figura de ex-presidente da Câmara dos Deputados, era esperado que Cunha apresentasse informações sobre a cúpula do governo federal, inclusive relacionadas ao presidente Michel Temer. No entanto, segundo a Revista Época, as denúncias apresentadas pelo político não foram comprovadas.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria classificado a delação de Cunha como “biscoito de polvilho” porque só “faz barulho”. Com o encerramento das negociações, o ex-deputado tem uma derrota na Justiça – a delação premiada poderia beneficiar Cunha com penas mais brandas.

Oficialmente a PGR informou ao Metrópoles que não se manifesta sobre as negociações de acordos. Mas, uma fonte interna da equipe da Lava Jato informou, ao jornal O Globo, que as promessas do ex-deputado de delatar políticos com quem mantinha vínculos estreitos foram consideradas “inconsistentes e omissas”.

Segundo essa mesma fonte, Cunha estaria com uma nova estratégia de defesa. Ele apresentou uma delação frágil para que fosse intencionalmente descartada, e só voltaria a negociar assim que a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, tomasse posse.

Condenado a 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Eduardo Cunha, se decidir falar tudo que sabe, ainda possui nas mãos um grande potencial ofensivo. Assim que iniciou as negociações, ele afirmou que tinha denúncias contra pelo menos 50 políticos, entre eles, o presidente Michel Temer.

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