metropoles.com

“Padilha será afastado”, afirma Rocha Loures em áudio

O ministro da Casa Civil é citado na Operação Lava Jato, mas não investigado. Um eventual afastamento manteria o foro privilegiado dele

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Eliseu Padilha
1 de 1 Eliseu Padilha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Antes de ser preso preventivamente pela Polícia Federal, o ex-assessor da Presidência e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) afirmou ao executivo do Grupo J&F Ricardo Saud que a situação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, era “muito difícil”. O ex-parlamentar também avaliou que o chefe da pasta seria afastado do cargo por Michel Temer (PMDB).

Na conversa, gravada em Brasília antes de Loures ser preso em junho — foi solto no sábado (1º/7) —, eles falavam sobre uma tentativa de proteger investigados pela Operação Lava Jato. Citado pelo ex-deputado, Padilha não é réu na ação. Seu nome apenas foi mencionado nas delações da Odebrecht, como ligado a acerto de R$ 10 milhões em propinas para Temer na campanha presidencial de 2014, para a chapa em que foi vice de Dilma Rousseff (PT).

“Eu acho que a situação do ministro Padilha é muito difícil”, avalia Loures, que não sabia que estava sendo gravado. “Ele não deixará o governo logo, mas será afastado. (Temer) Vai afastar o Padilha e outros, eventualmente, quando oferecerem a denúncia.”

Loures lembrou o que Temer disse no início do ano sobre como seria o procedimento com integrantes do governo denunciados pela Lava Jato. O afastamento ainda manteria o foro privilegiado do ministro.

“A gente tem de aguardar aquele tempo que falei, quanto tempo demora para o Ministério Público apresentar a denúncia. O que o presidente falou foi ‘aquele que for denunciado pelo MP será afastado do governo, se essa denúncia for aceita pelo Supremo Tribunal Federal, está demitido’. Acho que ele (Temer) vai afastar o Padilha”, afirma Loures.

A gravação, que tem quase duas horas, foi feita por Saud poucos dias antes de Loures ser filmado carregando uma mala com dinheiro, em São Paulo. O delator queria saber dele a situação do governo e as investigações que encurralaram a J&F.

O ex-assessor especial de Temer estava preso por suspeita de recebimento de propinas, mas foi solto por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

No vídeo feito pela Polícia Federal, a mala que aparece nas mãos de Loures tinha R$ 500 mil, entregues pelo executivo do Grupo J&F — dos irmãos Joesley e Wesley Batista —, supostamente para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Joesley disse a procuradores que Loures foi indicado por Temer para intermediar interesses do grupo.

Em 26 de junho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou formalmente Temer para o STF por crime de corrupção, decorrente das revelações de delatores da J&F.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?