Osmar Serraglio vai comandar o Ministério da Justiça

O presidente Michel Temer (PMDB) avisou aos seus aliados que escolheu o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), 68 anos, para o Ministério da Justiça. O anúncio será feito ainda nesta quinta-feira (23/2).

O parlamentar ficou conhecido nacionalmente como relator da CPI dos Correios, encerrada em 2006, que precipitou a investigação que revelou o chamado esquema do mensalão no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  No ano passado, foi presidente da CCJ da Câmara e votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff.

Perguntado pela jornalista Andréa Sadi, da Globonews, sobre a Operação Lava Jato, ele repetiu a frase do ex-ministro do STF Carlos Velloso, que chegou a ser convidado, mas recusou o posto: “Ela é intocável. É uma questão judicial”.

Com a nomeação de Serraglio, Temer satisfaz o PMDB e abre a porta para manter o Itamaraty com um tucano, após a saída do senador José Serra.

Temer pretende criar uma Secretaria Especial de Segurança Pública vinculada diretamente à Presidência da República e insistir com o advogado António Cláudio Mariz de Oliveira para assumir a função.

Fim do sigilo
Serraglio é a favor da quebra do sigilo de delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato. “Tem que abrir o sigilo. Quando você abre as janelas da colaboração, facilita a investigação”, afirmou. A declaração ocorreu no início do mês quando ele comentou a escolha do ministro Edson Fachin como substituto do ex-ministro Teori Zavascki na relatoria dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Teori morreu em 19 de janeiro em acidente aéreo em Paraty, litoral do Rio de Janeiro.

Na ocasião, Serraglio disse não ver nenhum risco para a Lava Jato após a morte de Teori e elogiou a escolha de Fachin para a relatoria. “Ninguém segura a Lava Jato”, acrescentou.

Natural de Erechim (RS), Serraglio é advogado e professor universitário. Filiado ao PMDB desde 1981, é mestre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).