metropoles.com

Ministros são escalados pelo Planalto para vender “normalidade”

Após prisão de Tadeu Filippelli, assessor especial de Michel Temer, clima na Presidência da República ficou tenso nesta terça (23)

atualizado

Compartilhar notícia

Divulgação/Flickr/Tadeu Filippelli
tadeu filippelli, michel temer
1 de 1 tadeu filippelli, michel temer - Foto: Divulgação/Flickr/Tadeu Filippelli

Em mais um dia de fatos negativos para o Palácio do Planalto, com a prisão do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) e assessor especial do presidente Michel Temer, e em meio à crise política provocada pela delação de executivos da JBS, ministros saíram em defesa do governo. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) foram escalados para tentar passar mensagem de normalidade e dizer que o “governo continua trabalhando”.

Sem citar a operação Panatenaico, desta terça-feira (23/5), Moreira postou um vídeo nas redes sociais e afirmou que é preciso “independência e autonomia dos Poderes”. “Que o Poder Judiciário, apoiado por todos nós, continue o seu trabalho. Que o Executivo permaneça firme, com compromisso de levar até o fim o que está escrito na ‘Ponte para o Futuro’, que é a trajetória para tirarmos o país da mais grave crise da história”, afirmou.

O ministro citou ainda a importância de que parlamentares continuem votando a agenda de reformas do governo, como quer o presidente Temer, para mostrar que seu governo não está paralisado. Padilha foi na mesma linha e voltou a falar da reforma da Previdência. “A reforma não saiu de pauta e serão cumpridos os prazos definidos pelo Congresso”, completou.

Dificuldades
Temer está convencido que a luta política e jurídica será longa. A interlocutores, apesar de reconhecer o período mais difícil vivido por seu governo, o presidente tem repetido que terá disposição para “resistir, enfrentar e ganhar cada batalha”.

Logo no início do dia, por mais que assessores se apressassem para tentar dissociar a imagem de Tadeu Filippelli, preso na operação ontem, da de Temer, nos bastidores, auxiliares reconheceram que a notícia amplia o desgaste já sofrido pelo governo. Assessores do presidente tentaram explicar que o motivo da prisão de Filippelli está relacionado a fatos anteriores ao Planalto. Auxiliares destacam que na “hierarquia” dos assessores especiais, Filippelli era o que menos tinha relação pessoal com o presidente, ao contrario de José Yunes e Rodrigo Rocha Loures que também acabaram afetados por denúncias.

A exoneração de Filippelli, que é presidente do PMDF-DF, foi publicada nesta quarta-feira (24/5) no Diário Oficial da união.

Reprodução/DOU

 

Além de Filippelli, foram presos os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) e mais sete pessoas, todas acusadas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal de superfaturar e cobrar propina nas obras do Estádio Mané Garrincha. As denúncias foram feitas por ex-executivos e funcionários da Andrade Gutierrez, em delações premiadas.

Agenda
Durante o dia, Temer se dividiu entre o Palácio do Planalto e o Jaburu, em reuniões com advogados e telefonemas a parlamentares. Temer também passou o dia acompanhando as votações na Câmara e no Senado. O presidente sabe que precisa mostrar força política no Congresso e testar sua base, que faz ameaças de rupturas.

O governo também acompanha — via Gabinete de Segurança Institucional e por meio da equipe de mídia social — a organização dos protestos marcados para esta quarta.

A avaliação preliminar é que a baixa adesão de domingo, que foi considerada positiva, não deve se repetir. Apesar disso, auxiliares minimizam a força de mobilização e dizem que mesmo no auge das polêmicas envolvendo Temer, a oposição não conseguiu mostrar força e a ordem é evitar o assunto até quinta-feira (25). (Com informações da Agência Estado)

Compartilhar notícia