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Gilmar Mendes sobre divulgação da Carne Fraca: “Disputa por mídia”

Para Mendes, houve “uma disputa pela mídia” ao se divulgar que supostos casos de adulteração. Toffoli disse que é preciso evitar “pirotecnia

atualizado

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gilmar mendes, tse
1 de 1 gilmar mendes, tse - Foto: Reprodução/Twitter

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira (21/3) a forma de divulgação das investigações da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). Para Mendes, houve “uma disputa pela mídia” ao se divulgar que supostos casos de adulteração de carne vencida poderiam ter afetado produtos exportados. A critica foi feita na sessão na qual Mendes acusou a Procuradoria da República de vazar nomes de citados nas delações da Odebrecht.

“Um delegado decide fazer a maior operação já realizada no Brasil e anuncia que todos nós estaríamos comendo carne podre, e que o Brasil estava exportando para o mundo carne viciada. Por que ele fez isso? Porque no quadro de debilidade da política não há mais anteparos, perderam os freios. E não querem que se aprove lei de abuso de autoridade. Então, um mero delegado anuncia operação dessa dimensão porque ele vê o crime cometido na Procuradoria da República”, disse o ministro.

Durante a mesma sessão, o também ministro Dias Toffoli disse é preciso “evitar pirotecnias” nas operações policiais e afirmou que o Judiciário deve tomar cuidado ao manter o sigilo das diligências autorizadas. “Se todos nós comêssemos carne podre, nós não estaríamos aqui em sessão, nós estaríamos no hospital. Não teríamos servidores para fazer sessões, não poderíamos estar aqui porque estaríamos com algum tipo de infecção”, disse Toffoli.

A operação Carne Fraca investiga um suposto esquema criminoso envolvendo empresários do agronegócio e fiscais agropecuários, que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo. De acordo com a PF, frigoríficos envolvidos nesse esquema criminoso “maquiavam” carnes vencidas e subornavam fiscais do Ministério da Agricultura para que autorizassem a comercialização de produtos sem a devida fiscalização.

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