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Ministro da Cultura demite funcionários e diz que vai refundar Funarte

“Trouxemos o Ministério da Cultura para o século 21”, afirmou Marcelo Calero, ao ser questionado sobre as duras críticas por parte do setor cultural

atualizado

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FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
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1 de 1 marcelo - Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

O novo chefe da pasta da Cultura, Marcelo Calero, afirma que quer um Ministério profissional, exonera funcionários que não eram do quadro e anuncia que vai “refundar” a Funarte. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” em Genebra, enquanto participava de reuniões na Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Calero indicou que mudanças serão realizadas na Funarte. Mas, questionado sobre o que vai ocorrer com a entidade, ele apenas disse: “Essa é a pergunta de um milhão de dólares”. “Ela precisa passar por um processo de refundação”, disse. “Ela perdeu sua capacidade de investimento, sua capacidade operacional, os servidores estão desestimulados. Portanto, é um processo que estamos lidando a várias mãos e liderado pelo presidente da Funarte e comigo”, explicou.

“Estamos juntos com a Casa Civil trabalhando para formular algumas opções para apresentar ao presidente Michel Temer.” Questionado sobre o prazo dessa reforma, ele indicou que não poderia dar uma data.

Calero explicou também sua gestão, alvo de duras críticas por parte do setor cultural brasileiro. “Trouxemos o Ministério da Cultura para o século 21”, disse. “Tratamos de fazer com que essa estrutura refletisse as novas realidades da cadeira Cultura, que sublinhasse a cultura como eixo estratégico do desenvolvimento socioeconômico do Brasil.”

Ainda em julho, ele exonerou 81 funcionários de cargos comissionados. Mas ele já negou qualquer tipo de perseguição política. “O que fizemos foi atender às demandas da sociedade por um serviço público cada vez mais eficiente”, justificou. “Nesse sentido, de fato exoneramos funcionários que não pertenciam aos quadros do Ministério da Cultura”, disse.

Calero, um diplomata concursado, diz que leva ao Ministério da Cultura a tradição do Itamaraty de ter 99% dos cargos de confiança ocupados por funcionários de carreira. “Ainda não foi possível atingir esse número de 99% no Ministério da Cultura. Mas já conseguimos atingir entre 60% e 65% de cargos de confiança sendo ocupados por funcionários de carreira”, afirmou. O ministro garante que não vai se concentrar em simplesmente trocar os cargos de confiança para dar a seus aliados. Ele admite que, em alguns casos, especialistas foram levados para Brasília. “Mas estamos iniciando um movimento para que, no futuro, todos esses cargos sejam ocupados por pessoas de dentro do Ministério”, disse.

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