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Manifestantes usam bonecos para criticar Janot e Gilmar Mendes

“Enganot” e “Gil-lax” estão na frente da PGR e, segundo o movimento Nas Ruas, são para pedir a procurador e ministro uma Justiça para todos

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Pixulecos
1 de 1 Pixulecos - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Pixuleco ganhou outras companhias nesta terça-feira (30/5). Depois de carregar para manifestações o boneco inflável vestido de presidiário em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o movimento Nas Ruas faz um protesto em frente à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, com os “rostos” do procurador Rodrigo Janot e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que receberam os nomes de “Enganot” e “Gil-lax”.

Segundo os organizadores, o movimento protesta por uma “Justiça para todos”. “A 13ª vara em Curitiba já prendeu vários corruptos, vários empresários, enquanto isso a PGR e o STF estão nessa lentidão”, afirmou uma das criadoras do Nas Ruas, Carla Zambelli. “Todo mundo que sai do foro privilegiado é muito mais facilmente julgado, e não era para ser assim, era para o Supremo julgar com rapidez também.”

No pé do boneco de Janot, lê-se a frase: “Todo poder emana de mim”. Segundo Carla, outra crítica do movimento é a liberdade dos empresários da JBS, Joesley e Wesley Batista, após um acordo de delação premiada.

“O Moro está sendo responsabilizado por uma coisa legal. Diferentemente do que houve com ele, as gravações da JBS foram legalizadas e não geraram prisão aos empresários. A gente avalia que estão sendo dois pesos e duas medidas”, disse Carla.

A organizadora explicou que uma das justificativas para que o protesto fosse nesta terça-feira era que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julgaria o juiz Sérgio Moro por reclamações disciplinares referentes à divulgação de grampos telefônicos entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula. No julgamento, porém, as reclamações foram retiradas da pauta.

Já o protesto contra Gilmar Mendes tem razões específicas, diz Carla. Segundo ela, o ministro tem tomado “decisões superesquisitas”. Com cerca de 13 metros, mesmo tamanho do “Enganot”, o boneco do ministro do STF tem os rostos de Lula e do ex-ministro José Dirceu nas costas.

“A soltura do Eike Batista, sem se declarar impedido para julgar, a soltura do Dirceu e, por último, ele agora querendo retomar a conversa sobre prisão em segunda instância”, afirma Carla.

Apenas os organizadores do Nas Ruas, cerca de 10 pessoas, se reuniram para o protesto. Enquanto erguia os bonecos, o movimento fez uma transmissão ao vivo no Facebook. Procuradas pela reportagem, as assessorias da PGR e do STF comunicaram que não iam comentar o protesto.

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