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Joesley e Saud reconheceram que há áudios que não foram entregues

No entendimento do procurador-geral, Rodrigo Janot, ao que tudo indica, a omissão de fatos nos depoimentos de delação foi intencional

atualizado

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Janot
1 de 1 Janot - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O empresário Joesley Batista e o executivo da JBS Ricardo Saud reconheceram em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR) que sabem de informações e possuem novos áudios que não foram entregues no acordo de delação premiada, negociado com a PGR.

A informação está na íntegra do pedido de prisão dos investigados feito pela procuradoria ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aceito pelo ministro Edson Fachin.

No entendimento do procurador-geral, Rodrigo Janot, ao que tudo indica, a omissão de fatos nos depoimentos de delação foi intencional.

“Instados a comparecer a Procuradoria-Geral da República no dia 07/09/2017, os colaboradores foram evasivos, deixaram de apresentar fatos importantes e levantaram explicações confusas. Outrossim, reconheceram que há informações e áudios não entregues”, diz Janot.

Joesley e Saud foram convocados a prestar depoimento na semana passada após a PGR abrir investigação para avaliar a omissão de informações nas negociações das delações.

Janot explicou que um áudio entregue pelos advogados da JBS narra supostos crimes que teriam sido omitidos.  A gravação foi entregue, por descuido dos advogados, como uma nova etapa do acordo.

A prisão dos acusados é temporária e tem duração de cinco dias.  Eles se entregaram à Polícia Federal e estão sendo transferidos para Brasília no avião da corporação.

Outro lado

O advogado de Joesley e Saud, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, divulgou uma nota afirmando que os delatores cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto ao assinarem o acordo de delação premiada.

“Não pode o Dr. Janot (Rodrigo Janot, procurador-geral da República) agir com falta de lealdade e, insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levara a descrença e a falta de credibilidade do instituto da delação”, disse o advogado, em defesa da revisão do uso do instituto de delação premiada.

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