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Crise: Retração do PIB em 2016 passa de 3,40% para 3,49%

A turbulência política, provocada pelo caso Geddel, lançou dúvidas sobre a capacidade de o governo continuar promovendo ajustes na economia

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1 de 1 economia gráfico superávit - Foto: iStock

O Relatório de Mercado Focus desta semana trouxe novas mudanças nas projeções de atividade, em meio à percepção de que o governo tem dificuldades para promover a retoma do crescimento do País. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passaram de retração de 3,40% para queda de 3,49%. Foi a oitava semana consecutiva de piora nas projeções de atividade para este ano. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,30%.

O BC informou há duas semanas que o IBC-Br de setembro subiu 0,15% ante agosto, na série ajustada. Apesar do ganho mensal, o indicador – uma prévia do PIB – fechou o terceiro trimestre com retração de 0,78% ante o segundo trimestre, o que reforçou entre alguns economistas a percepção de que a retomada da economia ficou mais para frente.

Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores do BC disseram, ao abordar a questão do crescimento, que “os indicadores de agosto situaram-se abaixo do esperado”, mas ponderaram que oscilações tendem a ocorrer em momentos de estabilização da economia.

Crise política
Na semana passada, por sua vez, foi a turbulência política, envolvendo os ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Marcelo Calero (Cultura), além do próprio presidente Michel Temer, que lançou dúvidas sobre a capacidade de o governo continuar promovendo ajustes na economia.

Para 2017, o Focus mostra que a percepção também piorou. O mercado prevê para o País um crescimento de 0,98% no próximo ano, abaixo do 1,00% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 1,21%. O BC trabalha com uma retração de 3,3% para o PIB em 2016 e com uma alta de 1,3% para 2017. Já o Ministério da Fazenda, que projetava avanço de 1,6% para o próximo ano, divulgou uma nova estimativa na semana passada, de 1,0%.

No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 28, as projeções para a produção industrial também indicaram um cenário difícil. A queda prevista para este ano passou de 6,02% para retração de 6,23%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial foi de 1,11% para 1,21%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 6,00% para 2016 e alta de 1,11% para 2017. No início de novembro, o IBGE informou que a produção industrial subiu 0,5% em setembro ante agosto, mas recuou 4,8% em relação ao mesmo mês de 2015.

Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passou de 44,90% para 45,40% no Focus. Há um mês, estava em 45,00%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 49,90% para 50,79%, ante projeção apontada um mês atrás de 49,80%.

Superávit comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a balança comercial em 2016. A estimativa de superávit comercial este ano caiu de US$ 47,42 bilhões para US$ 47,00 bilhões, ante US$ 48,00 bilhões de um mês antes. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 49 bilhões.

Para 2017, as projeções de superávit comercial do mercado financeiro cederam de US$ 45,00 bilhões para US$ 44,07 bilhões de uma semana para outra – mesmo valor de um mês antes.

No caso da conta corrente, as previsões contidas no Focus para 2016 seguiram apontando déficit de US$ 19,00 bilhões. Há um mês, o rombo projetado estava em US$ 18,00 bilhões. Para 2017, o mercado alterou a estimativa de rombo nas contas externas de US$ 25,35 bilhões para US$ 25,68 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 25,70 bilhões.

Os dados mais recentes mostram que de janeiro a outubro deste ano o País acumulou um déficit na conta corrente de US$ 16,957 bilhões. Já a projeção do BC para o déficit em conta em 2016 é de US$ 18,0 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2016 permaneceu, no Focus, em US$ 65,00 bilhões de uma semana para a outra – mesmo patamar de um mês antes. No acumulado deste ano até outubro, o IDP somou US$ 54,905 bilhões e a previsão do BC é de que a cifra chegue a US$ 70,00 bilhões até o fim de 2016.

Para 2017, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, seguiu em US$ 70,00 bilhões. Quatro semanas atrás, estava em US$ 68,00 bilhões.

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